Negociação
Autopista Régis quer trocar projetos; Planalto Sul propõe ampliar duplicação
As três empresas que atuam na ligação de Curitiba com São Paulo, Florianópolis e Lages (SC) encomendaram estudos sobre a viabilidade do projeto original e já solicitaram alterações. "Era um projeto antigo, não adaptado às atuais necessidades", comenta Eneo Palazzi, superintendente da Autopista Régis Bittencourt. Ele cita a exigência de fazer nove trevos em pontos que não teriam demanda de tráfego. A empresa propôs à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) a troca das obras por outras consideradas mais importantes. A proposta foi aceita apenas em parte.
A duplicação de 19 quilômetros da Serra do Cafezal, na BR-116, considerada a principal obra da concessão, teve o projeto inicial modificado. "Se fosse feita como está prevista, quando a obra terminasse, a rodovia já estaria saturada de novo", diz Palezzi.
No trecho da BR-116 rumo a Lages (SC), da Autopista Planalto Sul, o problema é a quantidade de trechos percorridos em pista simples. Para Arthur de Vasconcellos Netto, superintendente da Planalto Sul, a ANTT poderia estender um pouco mais a quantidade de trechos duplicados. A empresa está na fase final da duplicação do trecho entre Curitiba e Fazenda Rio Grande. Nos próximos dias, a nova pista deve ser liberada para o tráfego.
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Uma duplicação que não foi prevista e hoje é essencial, um novo trevo de acesso para garantir segurança e conforto aos motoristas e a construção de vias marginais para tirar da rodovia o tráfego urbano são algumas das obras que podem ser incluídas entre as obrigações das concessionárias do sistema federal de pedágio. Está previsto em contrato que a cada cinco anos o cronograma de obras pode ser alterado e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) já iniciou o estudo para avaliar se é necessário retirar exigências ou incluir novas intervenções. Técnicos e usuários das rodovias federais pedagiadas serão convidados a opinar. A previsão é de que o levantamento seja concluído no ano que vem.
A possibilidade de revisar o cronograma de obras é uma inovação incluída no edital de concessão em 2007. Para Viviane Esse, superintendente de Exploração de Infraestrutura Rodoviária da ANTT, com um contrato de 25 anos, é essencial que periodicamente sejam avaliadas quais são as reais necessidades das rodovias, adaptadas a um maior ou menor fluxo de veículos, por exemplo. "É preciso levar em consideração que incluir obras resultará em impacto na tarifa", alerta. Além de reuniões a serem realizadas em cidades às margens das rodovias, serão analisadas solicitações de obras enviadas diretamente à ANTT.
Para João Arthur Mohr, consultor de infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), a revisão do quadro de obras é uma oportunidade de apontar o que é fundamental para assegurar uma boa malha rodoviária capaz de ser um fator de desenvolvimento econômico. Ele cita que alguns fatores mudaram nesse período e que adaptações são necessárias. "Há cinco anos, não estava prevista a instalação da montadora BMW na região de Araquari, em Santa Catarina. Com a fábrica e o fluxo intenso de caminhões, certamente será preciso pensar em um acesso", comenta.
Mohr avalia que, como o modelo de concessão em vigor nas BRs 116, 101 e 376 priorizou o preço mais acessível em detrimento de um cronograma de obras mais ousado, agora talvez seja o momento ideal de avaliar quais intervenções são as mais necessárias. Sobre o trajeto de serra, entre Curitiba e Garuva (SC), ele acredita que o ideal seria a construção de uma nova rodovia ou, no mínimo, refazer todo o traçado das curvas perigosas. Mas, como isso representaria um custo considerável a ser incluído na tarifa de pedágio, acha que é pouco provável que seja efetivado. Mohr imagina ser viável acrescentar outros tipos de obras, também relevantes, como contornos que tirem o tráfego rodoviário do perímetro urbano e trevos em desnível para acesso às cidades.
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