O ex-cirurgião plástico Hosmany Ramos, de 61 anos, já é considerado foragido desde as 17h deste sábado (3), quando expirou seu benefício de saída no Natal, segundo a assessoria da Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo. Desta forma, Hosmany cumpriu a promessa de não se apresentar na Penitenciária de Valparaíso, a 564 km de São Paulo, onde cumpre pena em regime semiaberto. Se for preso novamente, ele perderá benefícios, voltando para o regime fechado.

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Na quinta-feira (2), o ex-cirurgião distribuiu à imprensa o que chamou de "Manifesto sobre a Realidade Prisional", em que fez denúncias sobre o sistema carcerário, como superlotação e más condições sanitárias e de atendimento médico aos presos. O documento foi entregue aos jornalistas por um assessor de imprensa por ele contratado, em um hotel na região nos Jardins, em São Paulo.

Na ocasião, o assessor havia marcado no local uma entrevista coletiva em que Hosmany falaria à imprensa pessoalmente. Entretanto, o ex-cirurgião não apareceu e falou aos jornalistas por meio de um telefone celular, em viva voz.

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Ele explicou que o objetivo de não retornar à prisão é chamar a atenção para problemas do sistema penitenciário. Hosmany Ramos foi condenado a 43 anos de prisão pelos crimes de homicídio, seqüestro, roubo e tráfico de drogas, dos quais diz já ter cumprido 26 anos.

Outro lado

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) afirmou que pretende levar à Corregedoria Administrativa do sistema penitenciário as denúncias que ele fez à imprensa para que sejam apuradas.

Com relação à reclamação de superlotação, a SAP informou que, até 2010, está prevista a construção de 45 novas unidades prisionais no estado, abrindo mais 36 mil vagas no sistema. A SAP negou que existam casos de extorsão na prisão durante a atual gestão e disse que as condições de higiene nos presídios "operam dentro dos padrões".

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