Os cinco hóspedes do Hotel Intercontinental, em São Conrado, na Zona Sul do Rio, prestaram depoimento nesta tarde na 15ª DP (Gávea). Eles deixaram a delegacia sem falar com a imprensa. De acordo com a Polícia Civil, todos estavam no grupo feito refém por criminosos durante a manhã e são estrangeiros.

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Antes de chegar à delegacia da Gávea, eles passaram na Delegacia Especial de Atendimento ao Turista (Deat), no Leblon. Os funcionários do hotel de luxo que foram feitos reféns também foram à delegacia para prestar depoimento.

Testemunha

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Um dos reféns do hotel que foi invadido por criminosos na manhã deste sábado (21), o garçom, Manoel Severino, de 52 anos, contou que estava no salão do Intercontinental quando foi abordado pelos criminosos. Segundo ele, a ação foi rápida e os criminosos estavam fortemente armados. "Eles (os criminosos) prometiam que não ia acontecer nada com a gente. Eles queriam apenas negociar com a polícia e nos tranquilizaram nos dizendo que tudo ficaria bem". Segundo a vítima, durante as mais de duas horas que ficaram numa sala, os criminosos não se exaltaram, e falaram que iriam queimar os celulares e laptops que estavam com os reféns.

Segundo Manoel, a negociação sobre a rendição do grupo aconteceu com a polícia e o presidente da Associação dos Moradores da Rocinha. Após a conversa, os suspeitos colocaram as armas no lixo e se entregaram.

A vítima contou ainda que os hóspedes ficaram tranquilos durante a negociação. Depois que os criminosos se entregaram, policiais revistaram cada refém para ter certeza que nenhum suspeito estava disfarçado. "Eu fiquei nervoso, mas acabei ficando tranqüilo depois. E agora estou bem", disse o funcionário que trabalha há 8 anos no hotel.

Dez presos

Os dez suspeitos presos, que inicialmente foram levados para o 23º BPM (Leblon), já foram encaminhados para a delegacia. Segundo a polícia, um dos detidos é o traficante Perninha, considerado o segundo homem na hierarquia do tráfico na Rocinha. Já o traficante conhecido como "Nem", que é apontado pela polícia como o chefe do tráfico na Favela da Rocinha, pode estar entre os criminosos que conseguiram fugir após o intenso tiroteio. A afirmação é do coronel Paulo Henrique Moraes, comandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope).

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Polícia encerra buscas em hotel de luxo

A polícia encerrou na tarde de sábado a busca por possíveis criminosos que ainda poderiam estar escondidos dentro do hotel em São Contado. A informação é do gerente-geral do hotel, Michel Chertuh.

Criminosos invadiram a cozinha do hotel quando fugiam da polícia, após um tiroteio na parte da manhã. Houve troca de tiros na Avenida Aquarela do Brasil. Uma mulher, que de acordo com a Secretaria de Segurança Pública estava no grupo armado, morreu após ser baleada. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, ela trabalhava para o tráfico de drogas na Rocinha e era foragida da Justiça.

Quatro policiais militares que participaram da ação foram feridos.

De acordo com Chertuh, todos os quartos do hotel foram vasculhados. Alguns policiais permanecem na entrada do hotel.

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O governador Sérgio Cabral classificou como "firme, profissional e com efetividade" a atuação da polícia durante o tiroteio. Cabral disse ainda, por meio de nota, que que tem convicção que o combate ao crime no Rio está no caminho certo.

"Importante destacar a ação da polícia. Firme, profissional e com efetividade. Não temos nenhuma ilusão, desde o primeiro dia de Governo, sobre o tamanho do nosso desafio. Mas temos a convicção de que estamos no caminho certo. Em breve, o povo do Vidigal e o povo da Rocinha estarão livres do poder paralelo", diz a nota do governo do Rio.

De acordo com o tenente-coronel Lima Castro, relações-públicas da PM, a ação dos criminosos teria começado quando o grupo deixava uma festa e se deparou com uma equipe da PM. Eles estavam em uma van e em motos quando encontrou a equipe da PM, que chamou reforço para o local.

Uma moradora de um condomínio que fica na Avenida Aquarela do Brasil viu homens invadindo o local com armas. O porteiro ligou e avisou que havia gente na portaria, para ela não sair de casa. "Estava dormindo quando escutei barulho de tiros. Fui até a janela e vi muitos homens armados correndo. Alguns inclusive passando para dentro do meu condomínio. As pessoas gritavam muito e pediam para ficarem abaixadas", relatou ela.

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