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Buscar resultados produtivos e não apenas oferecer atendimento de saúde. Os hospitais, segundo especialistas reunidos nos dois últimos dias em Curitiba, precisam pensar como qualquer empresa para atender mais, melhorar a qualidade do serviço e ainda reduzir custos. "Mesmo nos hospitais que atendem pelo SUS (Sistema Único de Saúde), é necessária uma busca de resultados públicos e não simplesmente a contratação de funcionários", diz Gonzalo Vecina Neto, diretor de filantropia do Hospital Sírio Libanês, de São Paulo, e um dos palestrantes do 1.º Fórum Paranaense de Gestão Hospitalar, que reuniu cerca de 150 pessoas.

"Nos hospitais, a administração demorou mais tempo para se profissionalizar do que em outras áreas", avalia o presidente da Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp), José Antônio de Lima. Não é fácil, segundo ele, oferecer atendimento conciliando os custos das novas tecnologias e a conjuntura econômica do país. Só no Paraná, segundo dados da Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado (Fehospar), 70 hospitais fecharam as portas desde 1990. É uma realidade nacional, confirma Lima.

O representante do Sírio Libanês aponta um modelo adotado em São Paulo como uma possível solucão para a crise do atendimento público. Lá, 19 hospitais construídos pelo governo estadual tiveram a administração repassada a entidades sem fins lucrativos com experiência no serviço de saúde. "Elas trazem a experiência em gestão sem as amarras das instituições públicas", afirma. As internações aumentaram 30% no ano passado, enquanto o custo foi 20% inferior.

Para o diretor de filantropia, o setor hospitalar, privado e público vive hoje outro grande problema: a falta de integração do atendimento hospitalar com a assistência de saúde. "Não dá para tratar todo mundo internando. O que eu posso tratar em casa não deveria chegar ao hospital", critica. A solução, segundo ele, está em especializar a prevenção e tornar os hospitais mais resolutivos. Outro caminho é a formação de organizações representativas, como a Associação Paranaense de Instituições Hospitalares, criada em janeiro deste ano. "A maioria dos hospitais têm problemas. Juntos eles discutem resultados e têm mais poder de negociação", sugere.

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