Controle
Gravatas são proibidas nos EUA
Instituições de saúde dos Estados Unidos e da Inglaterra fecham o cerco não apenas ao jaleco, mas também à roupa usada por baixo. Em 2008, o Serviço Nacional de Saúde Britânico decretou que os profissionais de saúde não poderiam usar mangas longas ou gravatas, peças identificadas como acumuladoras de germes. O objetivo é impedir que o tecido encoste em diferentes pacientes seguidamente, aumentando o risco de propagação de infecções.
Para o médico infectologista José Luiz de Andrade Neto, a restrição é positiva. "A gravata fica pendurada, e pode bater no rosto do paciente. O mesmo com a manga longa, que também impede lavar as mãos apropriadamente", explica.
Nos Estados Unidos, o uso de gravata pelos médicos não é proibido. Os hospitais apenas recomendam alternar diariamente as peças e lavá-las com frequência. O estado de Nova York, entretanto, tenta aprovar uma lei proibindo definitivamente o uso.
O principal embasamento para a ação é uma pesquisa realizada em 2004 pelo Centro Médico Hospitalar de Nova York no Queens. Ao comparar 40 gravatas de médicos e estudantes de medicina com 10 gravatas de vigilantes, constatou-se que metade das gravatas dos médicos tinham grande concentração de germes. Nas gravatas dos vigilantes, a proporção foi de uma em dez peças. (OT)
O uso de jalecos médicos fora do ambiente hospitalar voltou a ser comentado neste mês, após o governo de São Paulo sancionar uma lei proibindo os profissionais da saúde de trajar o uniforme na rua. Prática comum e facilmente identificável na frente de hospitais, o uso do jaleco aumenta os riscos de infecção e transmissão de bactérias, alertam infectologistas. O Paraná tem uma lei semelhante à paulista, aprovada em maio do ano passado. Mas a legislação paranaense apenas proíbe o uso de jalecos em restaurantes, bares e outros estabelecimentos que sirvam refeições.
O uso errado da vestimenta encontra resistência entre a classe por causa do status associado à profissão, avaliam profissionais da área de prevenção. "Isso é uma prática secular. Quando a vestimenta branca passou a ser usada pelos médicos, passou a ser diretamente relacionada à profissão", lembra a enfermeira Karin Lohmann, do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR). "Há anos fazemos campanhas pedindo para os funcionários não usarem o jaleco fora do hospital. Esse tipo de comportamento diminuiu muito nos últimos anos. É uma questão de educação continuada", avalia.
Quando é utilizado em outros ambientes, o jaleco coloca em risco tanto a saúde das pessoas próximas quanto a dos pacientes do hospital, alerta o médico infectologista José Luiz de Andrade Neto, professor da UFPR e da Pontifícia Universidade Católica do paraná (PUCPR). "Se um paciente com tuberculose está em frente ao médico, por exemplo, este pode levar o microorganismo até outra pessoa, no ônibus ou na rua. Além disso, bactérias da rua são trazidas para dentro do hospital", alerta. "Se a gente quiser trabalhar dentro dos princípios de biossegurança, tudo que pudermos fazer para evitar a contaminação é importante".
Proteção
O jaleco é um Equipamento de Proteção Individual (EPI) usado para separar os germes presentes na roupa do profissional dos microorganismos do ambiente hospitalar. Na maioria dos hospitais, os profissionais são responsáveis pela lavagem do próprio uniforme. No transporte para casa, a orientação é carregar o jaleco pelo avesso, isolando a área possivelmente contaminada, ou em um saco plástico.
O médico residente do Hospital Evangélico de Curitiba Márcio Rassi aprova esse tipo de restrição ao uso. "A lei é válida, e deveria ter sido feita há muito tempo. Agora está sendo proibido usar o jaleco mesmo nos refeitórios internos dos hospitais", acrescenta. "Porém outras atitudes reduziriam bem mais a possibilidade de contaminação, como lavar as mãos frequentemente", aponta.
O restaurante Palmier, localizado a uma quadra do Evangélico, instalou cabides no hall de entrada para os funcionários do hospital pendurarem os jalecos. "Os outros clientes reclamavam ao ver os médicos circulando pelas mesas. Desde então, a recepcionista orienta o pessoal do hospital a tirar o jaleco", explica Raul Munhoz Neto, sócio do estabelecimento. "Quando a gente pede, o respeito é total. Mas afixamos uma cópia da lei no quadro de avisos, para mostrar que não é só uma exigência nossa", conta.
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