As dezenas e dezenas de bonecas aguardam perfiladas em prateleiras de uma das salas da Cirandinha Oficina de Brinquedos, em Curitiba. A maioria tem décadas de vida – ou melhor, de fabricação. Por causa da “idade” avançada, carecem de cuidados com a “saúde” ou de uma boa recauchutada. O socorro vem das mãos de artesãos, especialistas em recuperar as peças, algumas delas históricas. Em 32 anos, o “hospital de bonecas” já deu vida nova a mais de 75 mil brinquedos.
Galeria: Confira o trabalho do “Hospital de bonecas”
Em média, são 190 restaurações por mês, entre bonecas, bonecos de ação, carrinhos e ferromodelos. Passam pelas mãos dos restauradores preciosidades, como as clássicas bonecas de massa da década de 1940 e bonecas de porcelana importadas. Mas brinquedos menos antigos também precisam de reparos. A maior parte dos clientes busca a restauração de brinquedos dos anos 1980.
“Os clientes são na maioria pessoas entre 30 e 40 anos, que mantêm uma relação afetiva com o brinquedo, um vínculo emocional. Por isso, costumo dizer que restauramos sonhos”, diz Vanessa de Oliveira, proprietária da Cirandinha. “Quem foi criança na década de 80 brincou muito. Então, essas pessoas não abrem mão dessas lembranças.”
Além das clássicas bonecas da época, como Bem-Me-Quer e Fofoletes, também figuram personagens como o Fofão, os bonecos dos Comandos em Ação e PlayMobil, além de coleções do Rambo e do He-Man. Até eletrônicos como Atari e Pense Bem retornam à vida.
Em família
A história da clínica de brinquedos começou quando o enfermeiro Vitório Campestrini se aposentou, em 1982: parou de cuidar de pessoas para se dedicar a bonecas e carrinhos. Desde o início, a família Budney integrou a equipe da Cirandinha. Anos mais tarde, os Budney compraram a oficina e a mantém até hoje.
Segundo Vanessa de Oliveira, que tinha o sobrenome Budney quando solteira, quase toda a família já trabalhou de alguma forma na clínica. Hoje, são quatro da família na Cirandinha, entre eles a avó Ana Kochn Budney, que refaz o corpo de pano das bonecas. Outros dois funcionários completam a equipe.
Uma das terceirizadas é a artesã Hilda Zancanaro, que tem o dom de recompor bonecas que chegam em estado lastimável. Improvisa materiais para dar o acabamento desejado. “As bonecas chegam em péssimo estado. Algumas, vem carunchadas até. Temos que refazer tudo. Mas quando a gente vê o trabalho final, é muito recompensador”.
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