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O Hospital Municipal de Foz do Iguaçu fechou as portas nesta quinta-feira (7) para pacientes de oito municípios da região Oeste do Paraná. A Secretaria Municipal de Saúde alega que os R$ 4,4 milhões repassados ao mês pelo governo federal para o atendimento de alta e média complexidade não cobrem os custos da unidade, que chegam a aproximadamente R$ 5,2 milhões. A diferença é bancada pela prefeitura.

O Secretário Municipal de Saúde, Charlles Bortolo, diz que somente este ano a prefeitura de Foz do Iguaçu bancou cerca de R$ 500 mil para manter o atendimento prestado aos municípios vizinhos, apenas em consultas e exames.

A cidade, segundo Bortolo, tem tido um prejuízo mensal de pelo menos R$ 4 milhões para manter atendimentos hospitalares na cidade. Além do custo fixo do Hospital Municipal, o convênio com o Hospital Costa Cavalcanti, que acabou de ser cortado por falta de recursos, custava ao mês R$ 3,3 milhões para atendimento nas áreas de oncologia, cardiologia, obstetrícia e UTI Neonatal. Somados todos os gastos, a conta é de pelo menos R$ 8,3 milhões para uma receita de R$ 4,4 milhões.

Os gastos não se limitam ao hospital. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Foz do Iguaçu também faz transportes de pacientes da região, cujo ônus recai para a prefeitura, diz o secretário. Cada viagem custa cerca de R$ 5 mil. O Centro de Reabilitação Auditiva de Foz - Cemura é outro setor que absorve a demanda regional, mas não recebe dinheiro para isso. O governo federal repassa R$ 20 mil ao mês para o centro, porém o custo hoje é de R$ 120 mil, conforme Bortolo, devido ao atendimento de pacientes dos municípios vizinhos.

"Os municípios já estouraram, e muito, o que foi pactuado. Nós estamos pagando um dever que é do estado e da união", afirma.

Atendimento

O atendimento era prestado aos municípios de Santa Terezinha de Itaipu, São Miguel do Iguaçu, Missal, Itaipulândia, Medianeira, Serranópolis do Iguaçu, Matelândia e Ramilândia. Todos pertencem a 9ª. Regional de Saúde que fica em Foz do Iguaçu.

O Hospital Municipal recebia os pacientes porque os municípios não têm serviços de alta complexidade, ou seja, cirurgias e alguns tipos de exames, incluindo a ressonância magnética.

O chefe da 9ª. Regional de Saúde, Ademir Ferreira, reuniu-se hoje à tarde, em Medianeira, com secretários de saúde da região para tratar do assunto. Uma outra reunião será realizada nesta sexta-feira (8) entre os prefeitos.

Segundo Ferreira, as cidades estão dispostas a encaminhar um documento para que o estado assuma a gestão. "A ideia é repactuar os atendimentos", diz. Hoje, os recursos usados para pagar o atendimento dos pacientes dos municípios vizinhos é encaminhado direto para a prefeitura de Foz. Com a repactuação, isso pode mudar.

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