População prejudicada
Carlos Waz, de 33 anos, tem distrofia muscular e não conseguiu ser atendido no Hospital de Reabilitação do Paraná, na última sexta-feira (12), devido à greve dos fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais. "Assim que cheguei lá, vi o hospital vazio. Fui encaminhado para a sala de atendimento e um fisioterapeuta me explicou a situação. Ele disse que pedia desculpas, mas não poderia me atender em forma de protesto pela falta de pagamento dos salários", relata Waz. "Acho justa a causa e considero um absurdo o governo deixar chegar a esse ponto", avalia o paciente.
O Centro Hospitalar de Reabilitação Ana Carolina Moura Xavier, conhecido como Hospital de Reabilitação do Paraná, está prestes a enfrentar uma greve geral. Os salários de todos os funcionários estão atrasados desde o dia 5 de dezembro e diversas categorias ameaçam paralisar os serviços se os depósitos não forem feitos até o próximo dia 18. Cerca de 40 fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais do hospital já cruzaram os braços e prometem manter a paralisação por tempo indeterminado.
Segundo a advogada Izaura Moreira, que representa o Sindicato dos Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais do Paraná (Sinfito-PR), a categoria só quer que os pagamentos sejam feitos sem atrasos. Para que a população não seja mais prejudicada, Izaura lembra que o Sinfito mantém 30% dos funcionários trabalhando.
Risco de greve de outras categorias
O Sindicato dos Empregados em Entidades Culturais, Recreativas, de Assistência Social, de Orientação e Formação Profissional no Estado do Paraná (Senalba-PR), que representa os funcionários da administração do hospital, informa que a categoria decidiu por unanimidade aderir à greve a partir do dia 18 de dezembro, caso os depósitos não sejam realizados até lá.
Uma assembleia do Sindicato dos Psicólogos no Estado do Paraná (Sindypsi-PR) está marcada para quarta-feira (17) e o presidente da categoria, Thiago Bagatin, garante que existe a possibilidade dos 10 psicólogos que atuam no hospital cruzarem os braços.
Explicação
Como responsável pela administração do Hospital de Reabilitação do Paraná, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) reconhece os atrasos dos repasses para a Associação Paranaense de Reabilitação (APR), ONG que gerencia a situação de parte dos funcionários, mas garante que estão sendo regularizados. Segundo a Sesa, o próximo depósito vai ocorrer nesta terça-feira (16).
Representantes da ONG não foram encontrados até as 17h50 desta segunda-feira (15) para comentar o caso.
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