Aviso no hospital alerta os pacientes sobre o fechamento da emergência| Foto: Antonio More/Agência de Notícias Gazeta do Povo

Pacientes de outras cidades foram pegos de surpresa

Quem veio de outras cidades para se consultar no Hospital Evangélico nesta quarta-feira não tinha ideia do problema que enfrentaria. O casal Valdemir Moreira, 34 anos, e Maria Silveira, 40, vieram de Quitandinha, Região Metropolitana de Curitiba, com transporte da secretaria de saúde do município, para um exame agendado há dois meses para o filho de 3 meses. Porém, não puderam ser recebidos pela equipe médica.

"Chegamos e disseram que só a gente teria que agendar um novo dia quando tivesse o remédio para fazer o exame", disse Maria.

A empresária Nanci Aparecida de Matos, 65, veio de Ponta Grossa, nos Campos Gerais, para acertar com o médico da neta de 17 anos a manipulação de uma lente para a jovem, que tem ceratocone nos olhos - deformação que atinge a córnea. Mas a empresária não conseguiu falar com os médicos. "Não tem médico para falar comigo. Os exames já estão todos feitos e agora não sei quando posso acertar com o médico para fazer a lente da minha neta", reclama.

Para os pacientes que ainda estão no hospital, segundo relato de funcionários, o atendimento permanece normal, tanto para alimentação quanto limpeza.

A dona de casa Rosemary Felipe, 56, está com a mãe internada no Evangélico. Apesar da crise financeira no hospital, ela diz que o atendimento continua normal e a mãe dela está sendo bem assistida. "Ela sempre foi muito bem atendida aqui", relata.

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O fechamento da emergência do Evangélico ocorreu na terça-feira (25)
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Após mais de 24 horas, o Hospital Evangélico de Curitiba segue sem receber novos pacientes nesta quarta-feira (26). Todos os setores de atendimento permanecem fechados e apenas os pacientes que já estavam no hospital antes do início da paralisação, às 9 horas de terça-feira (25), continuam sendo atendidos. Não há previsão de retorno do atendimento a novos pacientes.

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A razão para a interrupção dos serviços é caracterizada como problema de ordem financeira "pontual" e "interna", segundo a assessoria de comunicação. Faltam insumos básicos no Evangélico, o que também impede o funcionamento.

O problema, informa a assessoria, não está relacionado a repasses da prefeitura de Curitiba, mas a questões internas do hospital. A direção do Evangélico trabalha para voltar a atender à população o mais rápido possível.

Funcionários ouvidos pela reportagem disseram que, apesar da paralisação, serviços de referência do Evangélico, como atendimento a queimados e quimioterapia continuam funcionando. Entretanto, não são todas as Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) que recebem os pacientes. O setor de ambulatório, que funciona na Alameda Carlos de Carvalho, é o único que permanece com recebimento de novos pacientes.

Monitoramento

Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde informou que irá notificar a direção do Evangélico ainda nesta quarta-feira (26) para que apresente um plano para resolver os problemas de falta de insumos em até 24 horas. Uma equipe da prefeitura foi enviada à instituição na terça-feira para verificar a situação no local. De acordo com a pasta, o grupo de monitoramento segue no hospital nesta quarta.

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A Secretaria afirma que "todos os pacientes de procura direta deverão necessariamente passar pela triagem do hospital e eventuais casos em que ficar caracterizada desassistência serão reportados ao Conselho Regional de Medicina (CRM-PR)", diz a nota.

Na terça-feira, a equipe do município constatou que as Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) do hospital funcionavam regularmente e que havia 239 pacientes internados.

Paralisação começou na terça-feira

O Hospital Evangélico deixou de receber pacientes por volta das 9 horas de terça-feira. Pacientes que chegavam ao local para consultas eletivas ou atendimento de urgência e emergência passaram a ser orientados a procurar atendimento em outros hospitais e unidades de pronto atendimento de Curitiba. Nem mesmo os pacientes de planos de saúde eram atendidos.

Funcionários relataram falta de suprimentos e de equipamentos para o atendimento aos pacientes. Os funcionários permanecem trabalhando normalmente no hospital mesmo com as dificuldades financeiras.

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