Maringá – Ano novo, problema antigo. O Hospital Universitário de Maringá (HUM) começou os trabalhos de 2007 com um grande número de pacientes aguardando internamento e atendimento no pronto-socorro do hospital. Somente na tarde de ontem eram 79 pessoas em macas e cadeiras improvisadas em salas de consultas e um corredor, esperando por um leito ou por atendimento médico. O problema se arrasta há mais de dois anos e não há estimativa de quando deve acabar a superlotação do hospital.

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Dentre os que passaram o réveillon no hospital aguardando atendimento está o açougueiro Francisco Dimas Cavalcanti, 44 anos, que quebrou o tornozelo direito e está no HUM desde a madrugada do último sábado. "Passar o ano novo nessa situação não é agradável", comentou sobre passar o dia de ano-novo no hospital. Ele teve a companhia da mulher, recebe medicamentos, fez amizades com outros pacientes, mas não sabe quando irá para um leito. Já o pedreiro Clayton Laureano, 29 anos, passou a virada sozinho. Ele recebeu apenas a visita do pai na tarde do dia 31 e torce para que seja encaminhado logo para a cirurgia de um dedo da mão esquerda que está quebrado. "Tenho de ficar aqui porque, se eu sair, perco a vaga para a cirurgia", lamenta o paciente, que espera desde o dia 26 de dezembro e não sabe quando será realizada a operação.

Os problemas mais comuns registrados pela direção do hospital durante o Natal e ano novo foram pessoas alcoolizadas, pacientes com ferimentos causados em brigas e acidentes, e pacientes de cidades da região sem encaminhamento. O HUM realizou plantão com uma equipe médica formada por sete médicos, sendo dois para pediatria, dois para clínica geral, um ortopedista, um ginecologista e outro para cirurgia geral. Entre 23 e 25 de dezembro foram registrados 540 atendimentos; já entre 30 de dezembro e 1.° de janeiro, houve 787 atendimentos, com mais casos na ortopedia (260) e cirúrgica (204). "É um quadro normal", avalia o diretor-superintendente interino, Daúde Nasser.

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Somente no pronto-socorro são feitos 5 mil atendimentos mensais por 128 funcionários. A avaliação da direção do hospital é de um déficit de 50% no quadro de funcionários necessário para realizar um atendimento eficiente.