O humorista Bruno Lambert, denunciado ao MP-SP pela deputada Tabata Amaral| Foto: Divulgação
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O humorista Bruno Lambert, que no mês passado foi denunciado ao Ministério Público de São Paulo pela deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) por suposta discriminação contra deficientes físicos em uma de suas piadas, foi demitido nesta quarta-feira (9) de um emprego em um banco no qual estava há nove anos devido à repercussão do caso.

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A representação criminal da parlamentar está relacionada a um vídeo de uma apresentação do humorista, que não é famoso e não vive exclusivamente da comédia, publicado em suas redes sociais no qual ele narrava um caso em que teria se relacionado sexualmente com uma mulher cadeirante.

Na denúncia, Tabata disse que Lambert cometeu capacitismo, que é a discriminação contra pessoas com deficiência, e que as falas do humorista denotaram “machismo latente" pela maneira "explícita" e "jocosa" como descreveu a narrativa da relação sexual.

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À Gazeta do Povo, o humorista negou o suposto capacitismo e destacou que a piada foi contada num ambiente próprio para humor e que os mais diversos grupos são retratados em shows de stand-up. “As pessoas estão com uma dificuldade gigantesca de diferenciar o CPF do personagem que está ali no palco, de entender o que é piada e o que é realidade”, afirmou.

Sobre a demissão, Bruno Lambert disse que a pressão se iniciou logo que matérias narrando a denúncia começaram a surgir, no dia 16 de fevereiro, até que culminou na perda do emprego. Após a demissão, o comediante foi às redes sociais lamentar as consequências da exposição negativa a partir da denúncia. Veja a nota na íntegra:

“Bom turma, a deputada Tabata Amaral defende e admira o diálogo, interessante que comigo não houve isso, simplesmente me denunciou e consequentemente aos poucos minha vida foi virando de cabeça pra baixo. Hoje fui DEMITIDO e não acredito que seja coincidência, acredito que seja mais um ÔNUS por ser comediante e a exposição que a deputada me deu com a denúncia acabou antecipando esse ônus. Beleza, ok, faz parte e que um novo ciclo se inicie.

Não sei deputada, mas eu esperava que você, formada em HARVARD, super antenada na causa da educação… conhecesse o que Carlos Drummond de Andrade nos ensina sobre o diálogo… “Dialogar é dizer o que pensamos e suportar o que os outros pensam”

O diálogo era importante e não houve. Vou dormir angustiado e triste, porém, convencido que a jornada só está começando”.