O primeiro passo para a duplicação da BR-116 no percurso entre Curitiba e Mandirituba, na região metropolitana, foi dado com a liberação da licença ambiental prévia para a obra. O início da construção das pistas duplas está previsto para setembro. A Autopista Planalto Sul concessionária que administra a rodovia no trajeto entre Curitiba e Lages (SC) ainda precisa cumprir uma série de exigências do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama) para conseguir a autorização definitiva para a realização da obra. "A nossa previsão é de que em 90 dias, no máximo, saia a licença de instalação", conta o diretor-superintendente da empresa, Arthur Vasconcelos.
Do trajeto da BR-116 entre Curitiba e Mandirituba, apenas seis quilômetros são em pista dupla: um pequeno trecho na saída da capital e outro no perímetro de Fazenda Rio Grande. A partir da conclusão das obras, toda a viagem, de 34 quilômetros, será em rodovia duplicada. O fluxo de veículos na saída da capital pela BR-116 no sentido sul é de aproximadamente 50 mil veículos por dia. A duplicação incluindo obras complementares, como sete trevos e seis passarelas está orçada em R$ 150 milhões.
A duplicação deve ser feita em etapas. As obras até Fazenda Rio Grande estão na primeira fase, que começa em setembro de 2011 e deve terminar em fevereiro de 2013. Pelo contrato de concessão, a duplicação do trecho até Fazenda Rio Grande deve ser iniciado ainda este ano. Já a obra até Mandirituba pode ser feita até 2016. O diretor-superintendente reconhece que o trajeto em pista simples com fluxo intenso de veículos é um grande problema. E que as passagens pelos trechos urbanos representam gargalos no tráfego. Faz parte do projeto a retirada de semáforos que hoje congestionam o trânsito na região.
Linha Verde
Mesmo ainda sem a confirmação de que a Linha Verde será estendida até Fazenda Rio Grande, o projeto de engenharia de duplicação da BR-116 já prevê a possibilidade de implantação de uma canaleta exclusiva de 12 quilômetros para implantação de uma linha do Ligeirão. A intenção governamental é concluir a obra até a Copa de 2014. A extensão da Linha Verde também depende de um entendimento entre a prefeitura de Curitiba e o governo estadual. O trecho fora da capital precisaria ser construído com verbas públicas que ainda estão sendo negociadas.
De acordo com Vasconcelos, a indefinição sobre a proposta de estender a Linha Verde não deve gerar modificações no projeto de duplicação. "Estamos deixando uma faixa central para o ônibus", conta. Segundo Vasconcelos, caso o governo não consiga verbas para colocar a proposta em prática, a pista construída será incorporada à duplicação.
Moradores reivindicam duplicação imediata
Moradores de Mandirituba, na Grande Curitiba, prometem uma manifestação na sexta-feira para exigir a duplicação imediata da BR-116. O protesto é encabeçado pelo padre da paróquia Bom Jesus, João Maria Stech, que deve realizar uma missa às margens da rodovia, por volta de 9 horas. Os manifestantes pretendem interromper o trânsito por meia hora após o fim da celebração. A manifestação faz parte do movimento Grito pela Vida, que abrange várias reclamações de descaso com a vida, como a imprudência de motoristas.
A quantidade de acidentes nas imediações da cidade mobilizou os moradores. "Cada um que já perdeu um parente ou amigo vai trazer uma cruz", conta o padre. Em 2010, de acordo com números da Polícia Rodoviária Federal, no trecho de 103 quilômetros entre Curitiba e Rio Negro foram registradas 38 mortes. Os números levam em conta somente os casos de óbito no local do acidente, não considerando as mortes ocorridas após o atendimento médico. Neste ano, até o fim de maio, aconteceram 13 acidentes com mortes. Só no mês passado, seis pessoas morreram. "Queremos a duplicação para já", afirma o padre.