Foz do Iguaçu Trezentos e trinta animais do zoológico Bosque Guarani, administrado pela prefeitura de Foz do Iguaçu, estão com destino incerto. O Bosque vai passar por uma readequação e deixar de ser zoológico. Com isso, a maior parte das aves, mamíferos e répteis terá de ser encaminhada para abrigos de outras cidades, já que os zoológicos e criadores disponíveis em Foz não têm capacidade para recebê-los.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) recebeu a relação das espécies, e desde a semana passada vem fazendo contato com outros zôos do Brasil. Segundo Eunice de Souza, do Núcleo de Fauna do Ibama, na lista constam 42 espécies, incluindo algumas ameaçadas de extinção, como a onça-pintada e a arara azul.
Segundo Eunice, o papagaio verdadeiro, o macaco-prego e os sagüis são espécies difíceis de ser encaminhadas, já que estão presentes em outros zoológicos. A onça-pintada também não é aceita facilmente, devido ao custo. "Os outros zoológicos já têm onças e a alimentação delas é cara", diz.
Registro
Os zoológicos e criadores interessados nos animais devem ser registrados no Ibama. Segundo o órgão, as espécies ameaçadas de extinção serão encaminhadas preferencialmente para locais voltados para a reprodução dos animais.
O secretário interino de Meio Ambiente de Foz do Iguaçu, Nilson Brecher, diz que a prefeitura decidiu deixar de operar com o zoológico porque não tem condições de se adequar à nova legislação dos zôos. Segundo ele, os zoológicos terão de se tornar centros de readaptação de animais, com o intuito de oferecer aos bichos condições para que eles voltem ao meio ambiente. Os animais sem condições de retornar ao meio ambiente devem ser submetidos à reprodução. "Hoje o Bosque Guarani não tem condições de fazer isso", diz.
Segundo Brecher, o Bosque Guarani, que é considerado um ponto turístico da cidade, não será fechado à visitação. A intenção do município é manter o local aberto à população, funcionando como um Centro de Educação Ambiental, que também abrigará a sede da Secretaria Municipal do Meio Ambiente. Por isso, deve ser mantido no local um pequeno grupo de aves, borboletas e répteis. Hoje, o zôo reúne cerca de 400 animais.
Zôo-Botânico
A longo prazo, o município pretende fazer parcerias a fim de construir um Zôo-Botânico, para abrigar os mamíferos e readaptar os animais ao meio ambiente. Além do Bosque Guarani, criado há 10 anos, Foz tem o Refúgio Biológico de Itaipu, o Parque das Aves e dois criadores registrados pelo Ibama, um deles em um hotel.
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