Os óbitos por violência mostraram elevação crescente no País entre 1990 e 2002, regredindo um pouco até o ano passado, segundo mostra a pesquisa Estatísticas do Registro Civil divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A pesquisa não detalha o tipo de causa do óbito violento mas, segundo o IBGE, "entende-se que o mesmo esteja relacionado a homicídios, suicídios, acidentes de trânsito, etc".
No Brasil, enquanto a proporção de óbitos masculinos relacionados a causas violentas em relação ao total de óbitos se elevou de 14,2% em 1990 para 16,2% em 2002, em 2007 essa proporção passou a ser de 15%. Entre as mulheres, segundo a pesquisa, essas proporções "se mantiveram praticamente estáveis ao longo de todo o período", em torno de 4%.
Em São Paulo, no ano passado, a proporção de óbitos violentos masculinos em relação ao total de óbitos era de 14,8% em 2007 e no Rio de Janeiro, de 14,7%. O Estado com maior proporção era Rondônia (27,6%) e o menor, o do Piauí (8,9%). Segundo alertam os técnicos do IBGE no documento de divulgação da pesquisa, "as baixas proporções verificadas entre os Estados da região Nordeste devem ser consideradas com ressalvas, por causa de elevados índices de subnotificação de óbitos prevalecentes na maioria de seus Estados".
O estudo mostra que a proporção de óbitos violentos ocorre especialmente na camada mais jovem da população, especialmente para o sexo masculino. Em 2007, do total de óbitos masculinos na faixa etária de 15 anos a 24 anos, 67,7% ocorreram por causa violenta. Em 1990 esse porcentual era de 60% e em 2002, chegava a 70,2%. Entre as mulheres, enquanto 28% dos óbitos entre vítimas de 15 anos a 24 anos estavam relacionados a causas violentas em 1990, esse porcentual subiu para 34% em 2002 e ficou praticamente estável (33,5%) em 2007.
Ressalvas
Segundo afirmam os técnicos do IBGE no documento de divulgação da pesquisa, "as informações sobre mortes por violência levam a inferir que a mortalidade por causas violentas, particularmente entre os homens, é extremamente elevada, apesar da tendência de início de declínio observada a partir de 2002".
"Além disso, ao contrário do que é freqüentemente divulgado pela mídia, a questão da violência, especialmente entre os jovens, não se restringe apenas às áreas consideradas as mais dinâmicas do País.
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