Para o sociólogo Pedro Bodê, coordenador do Centro de Estudos em Segurança Pública e Direitos Humanos, da UFPR, as agressões racistas são reflexos da incapacidade da sociedade brasileira em lidar com a diferença. Na opinião do estudioso, a miscigenação ocorrida no país não foi suficiente para criar igualdade social. "O preconceito está disseminado", reforça.

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No caso de Curitiba, ainda há outros fatores. O fato de a capital assumir a posição de cidade européia instigaria ainda mais o preconceito. "Essa visão potencializa os referenciais brancos. Fica parecendo que Curitiba é um Brasil diferente, à parte da influência negra", explica. Como exemplo, cita os monumentos à imigração européia na região central da cidade. "A praça Zumbi dos Palmares, única de referencial negro, fica na periferia", compara.

O presidente do Instituto Brasil África (Ibaf), Saul Dorval da Silva, afirma já foi encaminhado ao prefeito Beto Richa, um pedido para que não se utilize um discurso europeizado na propaganda institucional do município. "Tivemos uma boa resposta. O prefeito entendeu nossa posição", informa Silva. (MXV)

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