Seis locais usados como depósito para carcaças de veículos roubados em Curitiba e região foram encontrados, no início da tarde de ontem, em estradas de chão que cortam o trecho da BR-116 entre os quilômetros 29 e 33, nos municípios de Campina Grande do Sul e Bocaiúva do Sul. A polícia acredita que restos de cerca de uma centena de carros podem ter sido jogados naquela região por uma mesma organização criminosa durante pelo menos um ano. Latarias cortadas de cerca de dez carros foram achadas seis veículos já foram identificados.
A ação integrada das polícias Civil e Rodoviária Federal contou com o apoio de um helicóptero para chegar aos locais. As investigações da polícia começaram a partir de denúncias feitas por moradores da região. "As pessoas que nos deram as informações não querem se identificar por medo de represálias", explica o policial rodoviário federal Silvino Migliorini. Geralmente à noite, caminhões carregados com as carcaças chegam na região e os bandidos dão tiros para o alto para que a vizinhança se recolha em suas casas e não veja nada do que ocorre. Na manhã seguinte, essas pessoas descobrem que seus terrenos viraram depósitos de partes de veículos.
De acordo com a polícia, assim que um carro era roubado e desmontado, os pedaços que continham chassis e etiquetas de identificação do veículo eram dispensados no meio do matagal.
A polícia suspeita que a quadrilha responsável por esses crimes seja extremamente organizada, com grupos encarregados pelo roubo, desmanche, desova e venda de peças. "Tentamos identificar outros lugares, encontrar os proprietários dos veículos e localizar os envolvidos", adianta Migliorini. Todas as carcaças foram encaminhadas para a Delegacia de Campina Grande do Sul.
