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Avanço

IDH-M dos municípios brasileiros cresceu 47,5% em duas décadas, aponta ONU

O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal do Brasil (IDH-M) cresceu 47,5% entre 1991 e 2010, com forte redução da desigualdade entre as cidades das regiões Norte e Nordeste em relação às do Sul, Sudeste e Centro-Oeste. No ranking entre estados, o Paraná aparece em quinto lugar, atrás do Distrito Federal, São Paulo, Santa Catarina e Rio de Janeiro, o que representa uma evolução de uma posição em relação ao levantamento anterior (2000). Curitiba manteve a posição e está na décima colocação entre todos os 5.565 municípios do país e, entre capitais, na terceira, atrás de Florianópolis (SC) e Vitória (ES).

Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (29) em Brasília pela Organização das Nações Unidas (ONU), durante o lançamento do Atlas Brasil 2013. O IDH-M foi desenvolvido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Humano (Pnud), em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e a Fundação João Pinheiro, para mostrar a realidade social dos municípios brasileiros a partir de três indicadores: longevidade, educação e renda. O índice varia de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo a 1, maior o desenvolvimento humano. "O Brasil tem demonstrado que é possível, em muito pouco tempo, mudar a condição de um país", disse o representante residente do PNUD no Brasil, Jorge Chediek. De 1991 para 2010, o IDHM do país passou de muito baixo (0,493) para alto (2010). Entre os três componentes do índice, a educação foi o que mais avançou, mas ainda continua sendo o mais fraco – passou de 0,279 para 0,637. Enquanto isso, a renda subiu de 0,647 para 0,739 e longevidade de 0,662 para 0,816. Ao todo, 4.122 municípios (74% do total) encontram-se atualmente nas faixas de IDHM médio (de 0,600 a 0,699) ou alto (de 0,700 a 0,799). Só 44 cidades (0,8%), no entanto, fazem parte da faixa de desenvolvimento considerado muito alto (entre 0,8 e 1). Na comparação entre as unidades federativas, só o Distrito Federal, que lidera o ranking, teve um IDH-M em patamar considerado muito alto, acima de 0,8 (0,863). Já Alagoas registrou o pior índice do país (0,631). A diferença entre o maior e o menor IDH-M entre estados recuou 25,5% de 1991 para 2010. "A desigualdade brasileira continua grande, mas também deu mostras de uma queda muito grande", avalia o presidente do Ipea e ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Marcelo Néri. Ele também relativiza os efeitos dos programas de distribuição de renda, como o Bolsa Família, nos avanços medidos pelo IDH-M. "O protagonista dessa mudança é o brasileiro. O Bolsa Família exerce um papel coadjuvante, embora mereça o Oscar de ator coadjuvante."

Panorama que mudou

O resultado do desenvolvimento humano brasileiro mudou radicalmente em 20 anos. Em 1991, nenhuma cidade alcançava sequer um índice de alto desenvolvimento: apenas 43 municípios estavam no nível médio, com notas entre 0,600 e 0,699. Por outro lado, a maioria das cidades brasileiras eram consideradas de muito baixo desenvolvimento humano: eram 4.777 municípios com índices até 0,499.

Em uma década, o cenário começou a mudar. São Caetano do Sul, em São Paulo, despontou como a cidade com maior IDH-M do país, posição que mantém até agora, 20 anos depois da primeira medição. Ao longo dessas duas décadas, o que se observou foi a diminuição das cidades com índices de muito baixo desenvolvimento, com uma concentração de municípios nas zonas de médio desenvolvimento.

No entanto, a divisão regional mostra que o desenvolvimento não ocorre no país de forma uniforme. Enquanto as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste não possuem nenhuma cidade com índice de desenvolvimento muito baixo (abaixo de 0,499), no Norte e Nordeste não há sequer um município com IDH-M muito elevado (acima de 0,800).

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