Pelo terceiro dia consecutivo, as unidades de saúde de Londrina enfrentaram dificuldades para acomodar todos os pacientes que necessitam de tratamento intensivo. Ontem, dez pacientes aguardavam por uma vaga de UTI, um a mais que o registrado na terça-feira. Entre eles, uma senhora de 89 anos com infecção grave que estava internada no Hospital Universitário (HU) e esperava havia mais de 30 horas pela remoção para um leito de UTI.
Na terça-feira, familiares de uma paciente internada no Hospital da Zona Norte recorreram ao Ministério Público (MP) para conseguir a transferência para um leito de terapia intensiva da Santa Casa. O promotor de Defesa dos Direitos Constitucionais e Saúde Pública, Paulo Tavares, disse que o MP fará todo o possível, mas que não a promotoria não pode interceder em todos os casos de falta de vagas. "Neste ano, surgiram 17 novos leitos e todos foram engolidos pelo sistema. Os gestores [das unidades] devem analisar se [os leitos] estão sendo bem utilizados", declarou.
O promotor lembrou das ações civis públicas ajuizadas por ele no fim do ano passado solicitando a ampliação dos leitos de UTI adulto e neonatal do HU. "O problema das UTIs passa pela ampliação do número de leitos. Esperamos a decisão do Judiciário", disse Tavares. Nesta semana, o diretor clínico do HU, Marcos Camargo, informou que até o início do ano que vem, devem ser abertas 10 vagas de UTI adulto e 8 de neonatal, além da implantação de 10 leitos de cuidados intermediários.
Hoje, o governador Roberto Requião irá a Londrina para assinar a ordem de serviço para reforma e ampliação dos hospitais da Zona Norte e Zona Sul. O diretor do HZN, Adilson Castro, acredita que as obras deverão, no médio prazo, contribuir para reduzir a demanda por leitos de UTI. "Com dois hospitais de médio porte funcionando a todo vapor, a Santa Casa e o HU serão desafogados", disse.