Um homem de 71 anos foi assassinado, na noite de domingo (8), dentro da casa em que morava no bairro Sítio Cercado, em Curitiba. Segundo a polícia, Antonio Nunes Gonçalves foi morto a tiros por bandidos encapuzados, que invadiram a residência. O crime pode estar vinculado a um caso de pedofilia do qual o idoso era acusado. A Delegacia de Homicídios (DH) divulgou, nesta segunda-feira (9), que já identificou um dos autores do crime.
O assassinato ocorreu por volta das 21h30, quando dois homens que usavam capuz entraram por uma porta lateral da casa, que fica à Rua Helena de Almeida. Segundo o delegado Rubens Recalcatti, chefe da DH, a filha do idoso chegou a ver os bandidos invadindo a residência e gritou. Mas quando ela entrou no local, Gonçalves já havia sido atingido por vários tiros na cabeça e já estava morto.
Recalcatti afirmou que já identificou um dos assassinos e que o crime pode estar relacionado a duas hipóteses. Uma delas que segundo a polícia, é a mais provável diz respeito a um caso de abuso sexual do qual Gonçalves era acusado. O crime teria ocorrido em 2009, quando duas crianças de oito e nove anos de idade teriam sido violentadas no carro do idoso. "O caso ainda corre na Justiça, mas Gonçalves havia recebido várias ameaças por causa disso", disse Recalcatti.
A outra hipótese estaria relacionada, segundo a polícia, a uma onda de furtos e assaltos cometidos no bairro por jovens que usam bicicletas para cometer os crimes. O idoso teria se desentendido com os adolescentes, de acordo com o delegado.
14 mortes violentas no fim de semana
Curitiba e os municípios da região metropolitana (RMC) somaram 14 mortes violentas no último fim de semana, entre as 8h de sexta-feira (7) e as 8h de segunda-feira (9). Os números foram obtidos com base em relatórios do Instituto Médico-Legal (IML) e levam em conta as mortes ocorridas por ferimentos de arma de fogo ou branca, ou por agressões físicas.
Dez casos foram registrados na capital e outros quatro na RMC (em Colombo, Piraquara, São José dos Pinhais e Almirante Tamandaré). De acordo com os boletins, 12 mortes foram cometidas por ferimentos de arma de fogo e duas por agressões físicas.
Casos
Além da morte de Antonio Gonçalves, a capital registrou outros assassinatos que chamaram a atenção. Um deles foi o de Willian Alves da Silva dos Santos, de 30 anos, executado com 16 tiros, quando tentava apaziguar uma briga de casal. O caso ocorreu na noite de domingo, no Ganchinho, em Curitiba.
Santos teria tentado intervir na discussão em frente à residência do casal, mas o homem teria pegado uma pistola 9 milímetros e descarregado a arma. Um outro rapaz foi esfaqueado pelo autor do crime.
Outra morte violenta ocorreu no bairro Pilarzinho, em Curitiba. Segundo a DH, Aislan Cristiano Castilho, de 22 anos, teria deixado o Parque Tanguá na companhia de amigos, em um Sandero. Eles estacionaram o veículo em uma rua perto dali e permaneceram consumindo bebidas. De acordo com a polícia, um Gol parou próximo e os ocupantes chamaram Castilho. Quando ele se aproximou, foi atingido por disparos e morreu no local. "Possivelmente, este caso esteja relacionado à violência doméstica. De acordo com relatos, Aislan Castilho era casado e batia na mulher", avaliou Recalcatti.