Professores e técnicos administrativos do campus Curitiba do Instituto Federal do Paraná (IFPR) devem paralisar as atividades a partir dessa terça-feira (28). A greve foi deliberada em assembleias comunitárias realizadas na semana passada em função de supostas irregularidades no processo eleitoral para escolha de reitor e diretor. Com isso, cerca de três mil estudantes ficarão sem aulas por tempo indeterminado, até que o processo eleitoral seja reavaliado. Se a paralisação se estender aos demais campus (25 no total), o número de alunos prejudicados pode chegar a 15 mil. A expectativa é de que a adesão à greve seja total.
O Sindiedutec, entidade que representa os servidores, acusa Conselho Superior do IFPR (Consup) e a Comissão Central de favorecerem o candidato da situação, Ezequiel Westphal, que assumiu a reitoria quando do afastamento de Irineu Colombo, em março deste ano. A Justiça Federal suspendeu o mandato de Colombo por entender que havia sido prorrogado indevidamente e era ilegal desde 1° de maio de 2014. De acordo com o Sindiedutec, o processo eleitoral deveria ter sido convocado ainda no ano passado.
Entre as irregularidades apontadas pelo sindicato, está o período fixado para campanha dos candidatos, de apenas nove dias. A entidade alega que o prazo é inviável para a realização dos debates necessários com a participação de todos os servidores (cerca de 1,5 mil) e estudantes distribuídos em 25 municípios.
Outro ponto polêmico é a participação de estudantes do Ensino a Distância (EaD), que devem votar pela internet, através de um cadastro pessoal e chave de acesso recebida por email. O sindicato contrapõe que a legislação federal determina que todos os alunos de EaD devem votar em polos, presencialmente. “Não há fiscalização dos alunos votantes. O sistema de votação não garante a lisura do processo eleitoral”, explica Otávio Sampaio, diretor administrativo do Sindiedutec.
Estudantes, docentes e técnicos administrativos votaram, por unanimidade, a anulação da resolução eleitoral proposta pelo Consup e aprovada pela Comissão Central. Além da paralisação das atividades, o sindicato pretende acionar a justiça para suspender o processo eleitoral frente as irregularidades apontadas.
Nessa terça-feira (28), Sindiedutec e Movimento Estudantil devem se unir em ato em frente à reitoria do IFPR. O ato prevê esclarecimentos à comunidade sobre as razões da paralisação e lavagem da escadaria da reitoria. “Um ato simbólico. Para lavar toda essa sujeira do processo eleitoral”, justifica Sampaio.
Procurado, o IFPR alegou que a regulamentação do processo eleitoral foi elaborada a partir de consulta ampla e democrática e que a paralisação é uma ação isolada do campus Curitiba, não sendo observada a mesma reação nos outros 24 campus do IFPR em todo o estado.
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