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Igreja e sociedade lamentam a morte do cardeal Paulo Evaristo Arns

 | Luiz Guadagnoli / SECOM / Fotos Públicas
(Foto: Luiz Guadagnoli / SECOM / Fotos Públicas)

A morte do cardeal Paulo Evaristo Arns, nesta quarta-feira (14), comoveu católicos e personagens atuantes na área de direitos humanos. O franciscano tinha 95 anos e estava internado desde 28 de novembro por causa de problemas pulmonares.

Na página do Facebook da arquidiocese de São Paulo, o cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, lamenta o fato e convida a toda a comunidade para que participe do velório e dos ritos fúnebres do franciscano, que serão realizados na catedral metropolitana da capital paulista. Os horários ainda não estão definidos.

“Agradeçamos a Deus por seu exemplo de Pastor zeloso do povo de Deus e por sua atenção especial aos pequenos, pobres e aflitos. Dom Paulo, agora, se alegre no céu e obtenha o fruto da sua esperança junto de Deus!”, diz um trecho da nota, que ressalta o “engajamento corajoso na defesa da dignidade humana e dos direitos inalienáveis de cada pessoa” exercido por Dom Paulo.

Ivo Herzog, filho do jornalista Vladmir Herzog, comentou a morte do “cardeal Coragem” na página do instituto que leva o nome do pai.

“O que dizer dele? Um herói? Um exemplo a ser seguido? Possuidor de valores que desejamos para toda a sociedade? Para mim era mais do que isto.”

O instituto leva o nome do jornalista de oposição à ditadura que, em 25 de outubro de 1975, foi assassinado em um prédio onde funcionava o DOI-CODI, órgão subordinado ao Exército. Dom Paulo celebrou o ato ecumênico em memória do jornalista sete dias depois do assassinato ao lado do reverendo evangélico Jayme Wright e do rabino Henry Sobel – que se recusou a enterrar o jornalista Herzog na ala dos suicidas do cemitério israelita por acreditar que a morte não se tratava de um suicídio. O culto juntou cerca de 8 mil pessoas.

“Termina o ato ecumênico. Eu, com 9 anos tentando entender, processar tudo aquilo. E como filho mais velho, cuidar da minha mãe que estava destruída. Vem dom Paulo e a acolhe. Diz para minha mãe: ‘chora, põe tudo para fora’. Ele deu o colo que ela precisava. Ele é para nós algo além de tudo que ele é para todos”, descreve Ivo Herzog.

No Twitter, o teólogo e escritor Leonardo Boff disse que o cardeal “foi ao encontro do Senhor a quem sempre serviu nos pobres e torturados. Foi meu mestre inesquecível”.

Na mesma rede, o Corinthians, time do coração do cardeal, escreveu: “Dom Paulo Evaristo Arns, um grande corinthiano. Você estará eternamente dentro dos nossos corações”.

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