O Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, vai ter sua capacidade operacional ampliada até o fim deste ano com a instalação de mais um ILS-2 (Instrument Landing System Categoria 2). O investimento da Infraero é de pouco mais de R$ 572 mil. O equipamento auxilia o pouso de aeronaves em situações de pouca visibilidade, geralmente ocasionadas por condições meteorológicas desfavoráveis, como nevoeiros. O novo instrumento, o segundo do Afonso Pena, está sendo colocado na cabeceira 33 da pista principal. O outro já opera na cabeceira 15 da mesma pista.
De acordo com o superintendente da Infraero, Antônio Pallu, o ILS-2 garante que o avião pouse com um teto de 33 metros de altura, quatro vezes menor que a altura recomendada sem instrumentos. "Normalmente, as operações são feitas na cabeceira com ILS. A outra é utilizada quando entra uma frente fria do interior do estado. Com a implantação de mais um instrumento haverá um ganho na capacidade operacional", diz o diretor técnico do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), Ronaldo Jenskins.
ILS-3
Segundo o superintendente da Infraero, a instalação do novo equipamento, que começou no último dia 26 de julho, não faz parte do pacote de obras previstas para melhoria do aeroporto tendo em vista a Copa de 2014 e não exclui a possibilidade de implantação do ILS-3, que garante o pouso de aeronaves com visibilidade e teto zero.
O Afonso Pena tem prioridade na instalação da categoria três do equipamento, na frente dos aeroportos de Garulhos (SP) e do Galeão (RJ), segundo anúncio do Ministério da Defesa. Mas o ILS-3 não tem sido apontado como solução ideal para o fim dos atrasos e cancelamentos de voos no Afonso Pena. Além de dúvidas com relação à eficácia do equipamento, considerando que a maioria das tripulações (pilotos e copilotos) não está habilitada a operá-lo, o diretor técnico do Snea lembra que existem tecnologias mais modernas, baratas e com a mesma precisão do ILS-3, como o RNP, o Required Navigation Performance ou na tradução em português Requisito de Desempenho de Navegação.
A opinião de Jenskins é reforçada pela do professor de Ciências Aeronáuticas da Universidade Tuiuti do Paraná, João Carlos Mattioda. Segundo ele, o RNP é um novo sistema de navegação por satélite que traduz um conceito recente de performance de navegação que vem sendo difundido pela Organização de Aviação Internacional e que já está começando a ser aplicado no Brasil. "É mais barato porque não precisa de instalação em solo, dependendo somente de equipamento embarcado na aeronave e sem necessidade de manutenção. É uma alternativa viável, mais adequada e com mais vantagens que o ILS-3", avalia.
Segundo Pallu, os estudos sobre as adequações necessárias para a instalação do ILS-3 serão concluídos até o final de 2010. Mas para Jenskins, obras como a ampliação de pistas e estacionamento para aeronaves são mais importantes. "Mesmo hoje, se precisar pernoitar um avião em Curitiba, não tem como e isso impede que o número de voos aumente", diz. Segundo o superintendente da Infraero, os editais para realização dos projetos e execuções dessas obras também serão lançados até dezembro.