Imagens registradas por uma câmera de segurança mostram o carro utilizado na fuga dos criminosos que destruíram a Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes de Botucatu, a 238 km de São Paulo, nesta segunda-feira (10). Segundo o delegado Paulo Fábio Buchignani, as imagens já estão sendo utilizadas para ajudar nas investigações, assim como outras evidências.
A retirada dos escombros deixados pela explosão começou na manhã desta terça-feira (11). Peritos da Polícia Civil acompanham a limpeza da área para tentar coletar resíduos do explosivo utilizado na ação criminosa. Os policiais também vão fazer uma varredura em busca de alguma pista que, eventualmente, possa ter sido deixada no local pelos criminosos.
Para Buchignani, a ação dos bandidos foi "claramente uma represália à efetividade da delegacia". "Sem dúvida eles vieram para levar armas, drogas apreendidas e fazer uma retaliação, tendo em vista as últimas apreensões e prisões", afirmou.
Segundo o delegado Geraldo Franco, um dos responsáveis pela investigação, a câmera registrou a fuga pela contramão de uma rua de Botucatu, o que reforça a hipótese de que os criminosos vieram de outra cidade. "Ratificou a história de que os bandidos não são daqui, porque andaram 10 quarteirões na contramão", disse.
No entanto, a participação de criminosos locais é também considerada, porque o sistema de alarme foi desarmado e roubado. Para Franco, algum criminoso preso pela Dise pode ter instruído a quadrilha onde estaria esse mecanismo de segurança. "Os bandidos daqui conhecem a Dise", afirmou.
Perícia
Um dos objetivos do trabalho da perícia é tentar localizar o epicentro da explosão e encontrar vestígios do material usado. "Vamos remover tijolo por tijolo. Vai ser um trabalho meticuloso", disse o delegado Geraldo Franco.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que não há indícios de que dinamite tenha sido utilizada na explosão. Segundo o perito Benedito Rinaldo, só o laudo final do Instituto de Criminalística (IC) de Botucatu vai indicar qual o material explosivo usado pelos criminosos.
A casa onde funcionava a sede policial terá de ser demolida nos próximos dias porque, de acordo com técnicos da Defesa Civil, há risco de uma parede desabar sobre uma casa vizinha. O prefeito de Botucatu, Antônio Mário Ielo (PT), prometeu indenizar o proprietário da casa em que funcionava a delegacia. A sede da Dise era alugada pela prefeitura através de um convênio, segundo Ielo.
A intenção da Prefeitura é demolir os resquícios do imóvel onde funcionava a delegacia para evitar um desmoronamento que afeta as construções vizinhas. "Existe a possibilidade de uma parede cair e afetar a casa vizinha", disse o prefeito.
