Apucarana – As imagens captadas pelo cinegrafista Éverson Laurindo, 26 anos, morto na sexta-feira passada ao ser atingido por um jatinho no Aeroporto de Apucarana, mostram que ele não teve tempo de reagir quando o avião chegou muito perto. "Já assistimos à imagem por várias vezes e ficamos com a impressão de que, provavelmente, o cinegrafista estava usando o recurso do zoom (usado para aproximar a imagem) e não percebeu a perigosa aproximação da aeronave", afirma o delegado Cássio Wozerek, responsável pelo inquérito policial.

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Laurindo foi atingido pela roda traseira esquerda do trem de pouso de um jato executivo da Líder Táxi Aéreo, que levantava vôo em direção a São Paulo com cinco passageiros a bordo. O cinegrafista filmava a decolagem da aeronave quando ocorreu a tragédia. A polícia investiga, inicialmente, a possibilidade de homicídio culposo.

O delegado informou ontem que vai começar a ouvir nesta semana as primeiras testemunhas do acidente. Ele quer saber quem autorizou a presença do cinegrafista e do fotógrafo Aristeu Leandro da Silva Ananias, que percebeu o perigo e conseguiu fugir a tempo, no meio da pista no momento da decolagem.

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Foram chamados para comparecer na delegacia os responsáveis pela administração do aeroporto, José Luiz Miguel, e pela segurança, Antônio Glênio Machado, além de Aristeu Ananias. Já o piloto e o co-piloto do jatinho, cujos nomes ainda não foram revelados, prestaram depoimento a um delegado da Polícia de Emigração, no Aeroporto de Congonhas (SP), onde o avião pousou. Também foram ouvidos os cinco passageiros do jato: quatro norte-americanos que vieram a Apucarana a negócios e um empresário da cidade.

O delegado espera ter em mãos até amanhã uma cópia destes depoimentos. Ele também informou que a aeronave está retida em Congonhas e deve passar por uma perícia. "O piloto e o co-piloto disseram ao delegado paulista que perceberam o choque com o cinegrafista e comunicaram o fato ao controle de vôo do Aeroporto de Londrina", relatou Wozerek.

Ainda segundo ele, o piloto optou por prosseguir o vôo até Congonhas, sem recolher o trem de pouso, por medida de segurança, temendo que o equipamento apresentasse falha.

Paralelo ao inquérito policial, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), regional de Porto Alegre, está conduzindo um inquérito administrativo para apurar as causas e os responsáveis pelo acidente. Técnicos da agência devem ir a Apucarana nesta semana. Por en-quanto, o aeroporto, que não opera vôos comerciais, continua funcionando normalmente.