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Fazenda Rio Grande

IML afirma que primos levaram golpes na cabeça

Diferentemente das primeiras informações prestadas pelo perito Vitório Librelon, do Instituto de Criminalística de Curitiba, os corpos de Rian Cunha Cubas, 5 anos, e seu primo, Lucas Cunha Siqueira, 7 anos, apresentavam sinais claros de agressão. De acordo com o Instituto Médico Legal (IML), houve violência com objeto contundente na cabeça dos dois meninos. Eles haviam sumido de casa no domingo e seus corpos foram encontrados na quinta-feira em uma cava de areia próxima a suas residências, no Jardim Colônia, em Fazenda Rio Grande, região metropolitana de Curitiba. O assassinato dos primos e a falta de policiamento na região motivou uma manifestação, ontem à tarde. Cerca de 100 pessoas queimaram pneus e interditaram a BR-116 por uma hora, depois que os corpos foram enterrados.

"Eu vi sinais de faca na mão, na testa e no rosto do meu filho. Tinha também marcas de queimadura no braço", conta o pai de Rian, Marcelo de Lima Cubas. "O Lucas tinha a cabeça muito machucada, com um buraco atrás", conta a tia do menino e mãe de Rian, Josiane de Paula Cunha. "Eles foram torturados e mortos como se fossem bichos. Queremos que encontrem quem fez isso", diz a mãe.

"Não temos um posto policial aqui. Estamos todos com muito medo. Agora nossos filhos vivem trancados em casa", reforça a dona de casa Rose Casol. "A violência é freqüente por aqui e a falta de cuidados também. O portão do colégio vive aberto", lembra Rose.

De acordo com a família dos primos mortos, as buscas pelos meninos falharam. "Nem os policiais nem os bombeiros entraram no mato para procurá-los", acusa Josiane. "Só começaram a procurar de verdade quando chamamos a imprensa", revela. "Hoje foi o meu filho, amanhã pode ser o filho de outra", diz.

O Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride) do Paraná confirmou que a morte das crianças foi mesmo homicídio e que possivelmente eles foram agredidos no próprio local onde os corpos foram encontrados. O superintendente da Delegacia de Fazenda Rio Grande, Eusébio Silva, afirmou que, desde que foram informados do desaparecimento dos meninos, a polícia vem trabalhando junto com a família nas buscas. "Há várias linhas de investigação e agora apuramos para descobrir a autoria do crime", explica. Uma das suspeitas é a de que o carro, encontrado queimado ao lado da cava, possa ter sido utilizado pelos assassinos. Outra linha de investigação associa o crime a um outro assassinato, o da menina Jaqueline de Lima, morta a facadas em dezembro de 2005.

O IML afirma que, aparentemente, não houve violência sexual contra Rian e Lucas. Mesmo agredidos, eles podem ter sido jogados ainda vivos na cava, morrendo por afogamento. A verdadeira causa da morte dos primos, bem como outros sinais de hematomas nos corpos, só deve ser confirmado com o laudo final do IML, que deve demorar 30 dias para ser divulgado.

Parentes das crianças e moradores de Fazenda Rio Grande prometem uma nova manifestação na segunda-feira. "Vamos estar em frente à prefeitura e queremos ouvir o prefeito. Alguém precisa fazer alguma coisa. Basta de tantas mortes", pede a mãe de Rian.

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