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IML confirma que sem-terra foi morto com tiro nas costas; polícia diz que informação não enfraquece tese de confronto

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(Foto: /Click 3)

Um dos dois sem-terra mortos em confronto com a Polícia Militar, em Quedas do Iguaçu, em 7 de abril, foi baleado nas costas. A informação foi confirmada pelo chefe-administrativo do Instituto Médico Legal de Cascavel, Joari Carvalho. A bala atingiu o hemitórax direito de Leonir Orback, de 25 anos.

Para a delegada Anna Karyne Palodetto, responsável pelo inquérito civil que investiga o caso, a confirmação não enfraquece a tese de confronto. “Eu acho que não, mas não tenho todos os elementos necessários em mãos tendo em vista que não consegui ouvir os sem-terra”, afirmou. Além de Orback, o sem-terra Vilmar Bordim, 44, também morreu no confronto.

O inquérito foi concluído na última sexta-feira (15) e encaminhado ao Ministério Público para cumprir o prazo de oito dias, uma vez que os indiciados estavam presos. Segundo a delegada, nesse caso o prazo é improrrogável. Porém, apesar de o inquérito já ter sido encaminhado ao promotor da Comarca de Quedas do Iguaçu, a Polícia Civil ainda fará diligências. O MP também tem a prerrogativa de devolver o inquérito para novas investigações.

Os sem-terra Henrique Pratti, 27, e Pedro Francelino, 33, foram indiciados por porte ilegal de arma e tentativa de homicídio. Francelino estava preso até a manhã desta segunda-feira (18) na cadeia pública de Cascavel, mas a defesa dele conseguiu que ele cumpra prisão domiciliar. Na semana passada, o mesmo benefício já havia sido concedido a Pratti. Além deles, que ficaram feridos no confronto, outros dois sem-terra foram ouvidos no inquérito. A delegada diz que pretendia ouvir mais 10 integrantes do MST, mas eles se recusaram a prestar depoimento.

Advogado dos sem-terra, Claudemir Torrente Lima afirma ser mentira que os clientes se recusaram a prestar depoimento. Segundo ele, na quinta-feira da semana passada, quando a delegada pediu para ouvi-los, eles já haviam marcado depoimentos à Polícia Federal (PF) e ao Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que também investigam o confronto.

O advogado diz confiar mais na “imparcialidade da Polícia Federal” e acusa a Polícia Civil de direcionar as investigações com base na versão dos policiais militares envolvidos no confronto. Já a polícia diz que não conseguiu ouvir os integrantes do movimento. Todos os seis policiais que estavam no local foram ouvidos pela delegada. Eles afirmaram que os disparos iniciais partiram do MST.

No dia do confronto, a Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp) divulgou um áudio no qual Francelino diz que o primeiro tiro partiu do MST. O advogado afirma que ele foi induzido a falar isso e estava debilitado no momento em que prestou o depoimento. “Ele não tinha noção do que estava falando, nem sabia que falava com uma delegada, achou que era uma repórter”, diz Lima.

O confronto também é investigado por meio de um Inquérito Policial Militar (IPM) que está sendo conduzido pelo tenente-coronel Washington Lee Abe.

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