O Instituto Médico Legal (IML) de Teresópolis (RJ), que funciona na 110ª Delegacia de Polícia, entrou em colapso por causa da tragédia das chuvas que atingiram a cidade, onde, até o fim da manhã, mais de 160 corpos haviam sido encontrados. Dos 146 corpos que passaram pela necropsia até 10 horas, apenas 30 foram liberados.
O juiz da 1ª Vara da Família, José Ricardo Ferreira, pediu uma câmara frigorífica para facilitar o trabalho, mas reclama que seu pedido não foi atendido. O magistrado requisitou um galpão em frente à delegacia onde está sendo montado um depósito para os corpos. A preocupação da polícia é conseguir que as famílias venham buscar os corpos dos parentes com rapidez devido à falta de condições técnicas para conservá-los.
Para facilitar o reconhecimento dos cadáveres, o juiz José Ricardo modificou o termo de reconhecimento utilizado pelo IML, eliminando exigências burocráticas que tomam muito tempo. "Juntamos polícia e Judiciário para facilitar o processo", declarou. O juiz está concedendo alvarás para permitir os sepultamentos apenas com o reconhecimento das famílias, ainda que não apresentem nenhum tipo de documentação.
Segundo o delegado Hebert Cardoso, a prefeitura está assumindo as despesas dos enterros. De manhã, 50 urnas mortuárias chegaram à delegacia. A primeira família a reconhecer os corpos no galpão foi a de Andréia Ferreira de Campos e seu cunhado. Juntos eles perderam oito familiares, entre eles os filhos dela. "Eu fiquei atolada debaixo da terra e ouvia meu filho gritar 'Mãe, cadê você?'", contou.
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