Sem avanço nas negociações com o governo federal, a greve dos servidores técnicos federais continua afetando as instituições de Ensino Superior do Paraná e o atendimento no Hospital de Clínicas (HC), em Curitiba. Desde o início da paralisação, em 29 de maio, 61 leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do estabelecimento estão bloqueados, segundo o estabelecimento.
No fim de junho, a Justiça Federal determinou a retomada integral dos serviços nas UTIs do HC, mas até agora a direção do hospital e o sindicato da categoria (Sinditest-PR) não chegaram a um consenso. O Sinditest-PR indicou o nome de 23 funcionários que não aderiram à greve para se revezarem em plantões e com isso garantir o atendimento. O HC informou que as pessoas selecionadas, que haviam concordado com a jornada extra, não têm condição técnica de prestar atendimento em uma unidade especializada.
O HC apresentou essas justificativas à Justiça Federal, e até agora não houve desdobramentos. De acordo com o hospital, dos 1.934 servidores, 186 estão em greve. Há outros 871 trabalhadores, contratos via CLT, que também não aderiram à paralisação. Segundo o Sindistest-PR, a greve tem um custo social temporário, e as reivindicações dos trabalhadores também objetivam melhorar o atendimento à população.
Reivindicações
O Sinditest-PR participou, na manhã desta terça-feira (21), de um ato conjunto de servidores públicos federais reivindicando reajuste de salários. A pauta conjunta dos funcionários públicos foi tema de uma reunião realizada na segunda-feira (20) com representantes do Fórum Nacional das Entidades e do Ministério do Planejamento, em Brasília. O governo reapresentou a mesma proposta anterior – aumento de 21,3% parcelados em quatro anos – acrescida de reajustes em benefícios sociais: auxílio-alimentação, auxílio-creche e plano de saúde suplementar.
Na avaliação do fórum, as propostas não foram satisfatórias. A reivindicação principal dos servidores federais é de um aumento de 27%.
A pauta do Sinditest-PR também pede a consolidação de jornada de 30 horas em turnos contínuos – para manter o atendimento nas unidades ininterruptamente – e a revogação da adesão do Hospital de Clínicas à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que foi autorizada pelo Conselho Universitário da UFPR em outubro de 2014. Esses temas serão tratados em reunião na quinta-feira (23) no Ministério do Planejamento com representantes da Federação de Sindicatos de Trabalhadores em Educação das Universidades Brasileiras (Fasubra).