Idealizada há mais de 12 anos e com investimento que já alcança R$ 400 milhões, a implementação do Cartão SUS, com a integração das informações de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), não deve ser concluída até o fim do governo Dilma Rousseff. O Ministério da Saúde insiste que entregará o sistema integrado na atual gestão. Mas a própria pasta reconhece que só 500 dos 5.568 municípios têm gestão em rede informatizada. E o Planalto ainda não fechou a solução tecnológica para oferecer às prefeituras conexão para rodar o sistema em rede.
Ao Tribunal de Contas da União (TCU), o Ministério da Saúde afirmou que essa operação só estaria concluída em 2016. Mas a implementação do sistema, dizem especialistas em informação em Saúde, pode levar mais oito anos. O Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde calcula, numa hipótese otimista, que o sistema vai operar plenamente dentro de seis anos.
O que há hoje é a disseminação do cartão de PVC com um número de usuário. E a promessa de lançar em abril um software, chamado de E-SUS, para oferecer aos municípios um sistema de informações dos usuários compatível com a base de dados nacional. "O grande desafio do Cartão SUS será a conectividade. Sem conectividade, não tem Cartão SUS, não tem sistema, não tem prontuário", ressalta o secretário de Gestão Estratégica do Ministério da Saúde, Odorico Monteiro de Andrade.
Benefícios
A revolução prometida no Cartão SUS viria do controle sobre os procedimentos e da informação gerada para as políticas do setor. O número "jogaria" o histórico dos usuários na web, com acesso disseminado nas unidades de saúde. O diagnóstico seria mais rápido e a repetição desnecessária de exames ficaria para trás.
A integração de dados serviria também para a comunicação entre as redes pública e privada. As carteiras dos planos deverão ter o número do cartão. Com isso, o governo poderá saber quais pacientes de planos privados foram atendidos na rede pública e os procedimentos que realizaram. Esse processo gera ressarcimento dos planos ao SUS.