Custo

Equipamento no Brasil está entre os mais caros no mundo

De acordo com estimativas apontadas pelo estudo da Aliança Bike, a procura por bicicletas comuns e elétricas no país cresce a um ritmo maior que o avanço da própria renda da população, mas é muito sensível às variações de preço. Segundo a entidade, para cada redução de 10% no preço do produto, estima-se um aumento do consumo de 14,8%. Desta forma, uma redução da tributação do equipamento no país poderia provocar impactos expressivos nos preços finais e nas quantidades consumidas.

"São três grandes frentes que influenciam drasticamente o acesso à bicicleta: infraestrutura, cultura e carga tributária. As esferas federal, estadual e municipal precisam trabalhar de forma conjunta. Nesse sentido, a altíssima carga tributária incidente sobre a bicicleta, maior do que a que incide sobre motocicletas e automóveis, precisa ser reduzida", afirma Marcelo Maciel, presidente da Aliança Bike.

Apenas as bicicletas fabricadas na Zona Franca de Manaus possuem isenção de impostos, mas a região é responsável por apenas 21% do total de bikes do Brasil.

CARREGANDO :)

Como funciona

Por dentro da e-bike:

• Pode ter dois tipos de bateria: a de chumbo, mais pesada, e a de lítio, mais durável;

• Peso varia de 16,5 quilos a 34 quilos, dependendo da bateria e marca;

• Autonomia de até 50 quilômetros rodados por carga. A duração da bateria varia de acordo com o terreno e o peso do ciclista;

• O tempo de recarga da bateria varia de 4 a 6 horas;

• Velocidade máxima permitida é de 6 km/h em área de circulação de pedestres e de 25 km/h em ciclovias e ciclofaixas.

Fonte: Eleeze, Dafra e Contran.

Um mês após a resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) igualar o uso das bicicletas elétricas às tradicionais e a expectativa de crescimento do nicho chegar neste ano a 14%, o mercado das bicicletas elétricas ainda engatinha no país. O motivo é velho conhecido dos brasileiros: a alta carga tributária. Apesar das vantagens ambientais e urbanas, os impostos sobre as bicicletas – elétricas ou não – chegam, em média, a 40,5%, contra 32% dos tributos sobre o preço final dos carros, de acordo com estudo elaborado pela Tendências Consultoria, a pedido da Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike).

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Com a crescente preocupação sobre a questão da mobilidade nas cidades, a bicicleta elétrica surgiu como boa alternativa para quem precisa fazer pequenos e médios deslocamentos diários e não pode – ou não quer – exagerar no esforço físico. Além disso, diferente da moto, a bicicleta elétrica possui uma bateria recarregável, fonte de energia limpa que pode durar algumas horas.

Pensando em passar mais tempo fora do carro, o advogado Sacha Reck adquiriu uma bike elétrica há dois meses para realizar pequenos trajetos. "Eu costumava ir ao clube ou à casa dos meus pais de carro. A bicicleta mudou minha rotina. Se o trajeto é de até uns 5 km, eu faço de bicicleta. Já fui até buscar meu filho na escola com ela", diz.

Preço salgado

Hoje uma bicicleta elétrica de boa qualidade não sai por menos de R$ 2,5 mil, e os valores podem chegar a R$ 8 mil. Giancarlo Clini, diretor da Aliança Bike, afirma que os altos impostos de importação e fabricação são os vilões. "Trabalhamos para que a alta tributação em qualquer tipo de bicicleta seja menor. Isso vai ampliar o acesso das pessoas a elas, pois o custo vai diminuir e, em consequência, uma parcela maior da população poderá adquirir uma", diz.

De olho nisso, o Banco do Brasil financia a aquisição de bikes elétricas por meio de carta de crédito de consórcio específica, que vai de R$ 1,5 mil a R$ 3 mil. As parcelas mínimas são de R$ 48 e o prazo para pagamento chega a 36 meses. A contemplação ocorre por sorteio, através da Loteria Federal ou lance. Não há taxa de adesão ou incidência de juros ou IOF, mas é cobrada taxa de administração, a partir de 0,25% ao mês.

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Liberação

Segundo o Contran, apenas as bicicletas elétrica que têm potência de até 350 watts e acionamento do motor por meio do pedal foram igualadas às comuns. Modelos com acelerador no guidão precisam ser adaptados para que sejam conduzidos pelas ciclovias. Caso contrário serão considerados veículos ciclomotores e precisarão de habilitação específica e placa de identificação.

Além disso, a resolução obriga o uso de uma série de equipamentos de segurança como capacete, sinalização noturna dianteira, traseira e lateral, espelhos retrovisores dos dois lados, pneus em condições mínimas de segurança e velocímetro. As bikes elétricas estão autorizadas a circular em ciclovias e ciclofaixas com velocidade de até 25 km/h.