Imprudência e alta velocidade resultaram em sério acidente na manhã de ontem na Linha Verde, em Curitiba. Por volta das 9 horas, perto do Hospital Erasto Gaertner, um Palio tentou fazer uma conversão proibida e na contramão , e o veículo que vinha atrás não conseguiu desviar. Depois do choque, o Palio girou duas vezes, atirando para fora uma criança de 8 anos. O menino foi levado em estado gravíssimo ao Hospital Angelina Caron. Operada no início da noite de ontem, a criança perdeu massa encefálica e sofreu fraturas no crânio, correndo sério risco de morrer. Um helicóptero foi acionado para agilizar o atendimento. Outras duas pessoas ficaram feridas com menor gravidade.
Segundo a dona de casa Carmen Parigo, que mora em frente do local da ocorrência, há uma falha na Linha Verde, que não prevê a entrada de veículos para o Erasto Gaertner. "Isso teria evitado a tentativa brusca do motorista", diz, referindo-se à agulha (abertura no canteiro entre duas pistas de mesmo sentido, permitindo que veículos passem de uma para outra) que permite a entrada de carros na pista central da Linha Verde.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), na Linha Verde do quilômetro 130 ao 140 da BR-476 , as batidas laterais e traseiras como a do acidente de ontem dominam as ocorrências, com 240 incidentes registrados em 2008. Com 70 casos, as colisões transversais aparecem em seguida.
Poucos metros antes do incidente, há placas indicando a velocidade de 40 km/h na via. A maior parte dos veículos, porém, desconsidera esse limite. Hoje, a PRF e a Diretran prometem operação especial para monitorar os apressados, com radares móveis. Depois da inauguração, as duas instituições serão responsáveis pela fiscalização na via. Conforme a prefeitura, serão 12 semáforos e 14 radares nos 18 km de extensão (considerando as duas fases da obra).
Passarela
Funcionários e pacientes do Hospital Erasto Gaertner defendem a instalação de passarela no local. "Muitos pacientes, com dificuldades para andar, têm dificuldades para atravessar. Saio correndo para diminuir os riscos", relata a técnica em enfermagem Sirlei Fonseca. "Outro dia, uma senhora passou 40 minutos para cruzar uma das pistas", conta o técnico em eletrônica aposentado Emílio Druszcz, que mora de frente para a via.