Um incêndio de grandes proporções atinge nesta quinta-feira (2) tanques de combustíveis na região do Porto Saboó, em Santos. Um navio foi mandado para ajudar o combate às chamas que interditou, parcialmente, o km 64 da Rodovia Anchieta, principal ligação da capital e a Baixada Santista. A temperatura chegou aos 800 ºC. Duas pessoas ficaram intoxicadas pela fumaça, segundo o Corpo de Bombeiros.
Testemunhas relatam que a primeira explosão ocorreu às 10h20. De acordo com a empresa Ultracargo, proprietária da instalação, o incêndio começou em um tanque de etanol e se alastrou para o local de armazenamento de gasolina.
Um funcionário da empresa Stolthaven, vizinha aos tanques da Ultracargo, que preferiu não se identificar, disse à reportagem que as chamas começaram quando um caminhão tanque se abastecia com combustíveis.
HÁ 30 ANOS, 93 PESSOAS MORRERAM EM INCÊNDIO NA BAIXADA SANTISTA
O incêndio nos terminais de combustíveis da empresa Ultracargo fica a poucos quilômetros de Vila Socó, em Cubatão, cidade vizinha a Santos, onde há trinta anos aconteceu a maior tragédia de incêndios a terminais de combustíveis.
Em fevereiro de 1984, a explosão de um duto da Petrobras causou incêndio incontrolável que se estendeu por dois dias e deixou, ao menos, 93 mortos. A maioria das vítimas foi de moradores da Vila Socó, no bairro de Vila São José. A favela que tinha cerca de 600 barracos ficou completamente destruída. Na época, entidades e testemunhas afirmaram que o número de vítimas fatais chegou a 400.
Assim como o local do incêndio desta quinta-feira (2), a Vila Socó ficava à margem da Anchieta, próxima a uma região de mangue. No local, moravam pouco mais de 6.000 habitantes distribuídos em cerca de 600 barracos, segundo os dados divulgados pelas autoridades na época.
“Uma mangueira se soltou e com o impacto no solo provocou faíscas que atingiram o caminhão. A partir daí o fogo se propalou e atingiu os tanques. Os brigadistas tentaram apagar as chamas mas não conseguiram e o fogo de espalhou rapidamente. Os bombeiros foram chamados e os soldados chegaram logo em seguida”, disse o funcionário da Stolthaven, separada da Ultracargo apenas por uma rua e que também tem tanques de combustíveis.
Os funcionários da Ultracargo foram dispensados, pois o calor no local era intenso. Há 700 metros dos tanques ainda era impossível de permanecer. Moradores do entorno tiveram que deixar o local. A área industrial fica um pouco distante da área residencial, separadas pela Via Anchieta, que chegou a ficar congestionada.
A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) informou que a área atingida fica fora da região do sistema portuário de Santos. A empresa informa que a área é privada e administra por ela. De acordo com os bombeiros, até as 12h50, o incêndio ainda não tinha sido controlado:
“Ainda não dá para falar que o incêndio está controlado. A água e a espuma não consegue atingir a área do fogo. Evapora antes”, afirmou o capitão Marcos Palombo.
De acordo com a empresa, os tanques atingidos pelo incêndio armazenam etanol e gasolina. Apesar do bombeiro falar que o fogo ainda não está contido, a Ultracargo informa que ele está controlado e que as áreas atingidas ficarão “queimando até o final”. Em nota, o presidente da empresa, Ricardo Catran, disse que equipes estão no local e que não há feridos. Ele afirmou ainda que “é prematuro qualquer afirmação sobre as causas” do incêndio.
Uma coluna de fumaça pode ser vista em toda a cidade. Na internet, moradores do município de Praia Grande, que fica a 20 quilômetros, publicaram fotos em que mostram que conseguem à distância avistar a nuvem de fumaça negra. De acordo com o Corpo dos Bombeiros, 35 carros e mais de 80 homens ajudam no combate ao incêndio, onze dessas viaturas foram deslocadas de São Paulo para o local do incidente. Além deles, equipes da Ultracargo e de empresas vizinha a ela no terminal de carga estão no local.
O navio-tanque Governador Fleury já está no local. O equipamento vai retirar água do canal próximo ao terminal da Ultracargo. Um perímetro foi montado na Avenida Engenheiro Augusto Barata para evitar a entrada de pessoas na região e facilitar o trabalho dos bombeiros.
Os reflexos já são sentidos na Rodovia Anchieta. De acordo com a concessionária que administra a via, já se registra um congestionamento de cinco quilômetros. A rodovia Imigrantes, que também dá acesso a Santos, também tem um congestionamento de mesma proporção. Por volta das 14h, a Imigrantes foi interditada na altura do Km 62. Com a véspera do Feriado da Semana Santa, pode haver problemas com os paulistanos se dirigirem às praias do Litoral Sul.
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