McCarthy: autor de "A Estrada" vendeu a máquina de escrever que comprou em 1963 por 50 dólares.| Foto: Divulgação

Um incêndio destruiu na madrugada de ontem o restaurante e bar Bife Sujo, um dos mais tradicionais da cidade. O fogo começou por volta das 3 horas e foram necessários cinco carros de bombeiros para controlar as chamas, cerca de três horas depois. A parte superior da casa ficou destruída. O 1.º Distrito Policial solicitou a realização de perícia. Se o laudo indicar que o incêndio foi criminoso, o laudo será encaminhado para a Delegacia de Explosivos, Armas e Munições.

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O manobrista Robson Elias de Meira, 22 anos, que mora ao lado do restaurante, disse que ouviu um alarme por volta das 3 horas. Ao olhar pela janela, percebeu um homem pulando o muro ao lado do estabelecimento. Depois disso, ele conta que foi para a rua e sentiu um cheiro de queimado. "O fogo foi tão alto e intenso que a escada do meu prédio está cheia de detritos, por causa do calor", comentou.

O proprietário do bar, César Wisniewski, 40 anos, estima o prejuízo em R$ 50 mil, já que na última quinta-feira o restaurante tinha sido abastecido. Com o fogo e a água, o depósito de bebidas, o escritório e o vestiário foram destruídos. "A solidariedade dos clientes está sendo muito grande. Muitos chegaram no horário do almoço e choraram quando viram a situação", afirmou.

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Wisniewski não descarta a possibilidade de o incêndio ter sido provocado. Além do depoimento do vizinho, ele constatou a falta de bebidas nas prateleiras e o caixa aberto. Apesar dos prejuízos, a idéia é voltar em dois meses, e aliar o buffet servido no horário do almoço a uma choperia, à noite. Desde o ano passado, o Bife Sujo começou a abrir somente para almoços.

Com 30 anos de história, o bar era visto como uma instituição boêmia da cidade. De 1977 a 1999, funcionou na Rua Cândido Lopes. Depois dessa data, subiu a ladeira e instalou-se no número 479 da Saldanha Marinho. A ex-bancária Sirlei Fernandes, 54 anos, conta que chegou a beber caipirinha com os então candidatos à presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva e Leonel Brizola, em 1989, no ambiente. "Esse lugar sempre serviu de palco para discussões políticas, sociais e culturais. Torço para que seja reaberto logo", disse. Neil Monteiro Neto, 26 anos, lembra que a sua vida se mescla com a do bar. "Comecei a vir com os meus pais dentro de um moisés e depois nunca mais deixei de estar aqui. Não é um incêndio que vai fazer sumir a marca Bife Sujo."