Um incêndio destruiu parte da cúpula e do altar da Igreja Bom Jesus do Portão, em Curitiba, ontem de manhã. O fogo começou por volta das 5h30, quando não havia ninguém na paróquia. Não houve feridos. Cerca de 30 bombeiros da Cidade Industrial (CIC), Portão e Centro trabalharam por três horas para conter as chamas e mais duas horas para resfriar o local. Por conta disso, o trânsito na Avenida República Argentina ficou interrompido das 7 horas às 10h30.
De acordo com a Comissão de Segurança de Edificação e Imóveis (Cosedi) da prefeitura, como ainda há risco de desabamento, a igreja ficará interditada até que andaimes sejam colocados para segurar o que restou da abóboda. Enquanto não é reaberta, as missas e os casamentos que estavam programados serão realizados na igreja nova do Portão, localizada na Rua João Bettega, 206, a uma quadra da que pegou fogo.
Um laudo do Instituto de Criminalística do Paraná deve apontar em 30 dias as causas do incêndio. Há indícios de que problemas na fiação elétrica tenham gerado um curto-circuito. Contudo, a hipótese pode vir a ser refutada, já que a instalação elétrica da igreja é nova foi refeita há cerca de seis meses.
Considerada Unidade de Interesse de Preservação (UIP) pela prefeitura há 28 anos, a igreja passava por um processo de restauração desde 1998, coordenado pelo arquiteto Cláudio Maiolino. Ele lamentou o incêndio: "É uma perda imensa. Junto com o fogo foi um pedaço da história da cidade. Pode-se fazer outra abóboda, mas a reprodução nunca será como a original", afirma.
A igreja já havia passado por três fases de restauração que consumiram R$ 260 mil. Uma quarta e última etapa, estimada em R$ 100 mil, estava programada para breve. Com o incêndio, serão necessárias mais uma ou duas etapas extras. "Estamos nos mobilizando para ver como poderemos fazer as obras necessárias", afirma o padre Alexandre Alves Filho, pároco da igreja.
Construída entre 1916 e 1928, em estilo neogótico, a igreja conta parte da história do bairro e é muito querida entre os moradores. "Venho nessa Igreja há 30 anos, assim que soube da notícia vim correndo, mas graças a Deus queimou uma parte pequena", conta a dona de casa Izabel Jarezyk, 54 anos.