Edenir tem apenas 20% da visão e foi hostilizado após passar em um concurso| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

Curitiba ainda é excludente

Dentre os vários elogios feitos a Curitiba na área de urbanismo, um dos que ainda não se justificam é o de cidade inclusiva. Atualmente, 114 inquéritos civis tramitam na Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência para investigar locais públicos e privados que não oferecem condições básicas de acessibilidade para quem tem mobilidade reduzida ou algum tipo de deficiência visual. Na lista estão cinemas, estádios, pontos turísticos e até o prédio da prefeitura.

No entanto, nenhum local é tão emblemático da cidade excludente quanto o cartão-postal de Curitiba, o calçadão da Rua XV de Novembro, símbolo do grande gargalo da acessibilidade na capital: a precariedade das calçadas. De acordo com a promotora de Justiça Terezinha Carula, o chão, feito de petit-pavê, é totalmente inadequado por ser irregular e, em dias de chuva, tornar o solo escorregadio.

Atualmente, a promotoria briga pela troca do petit-pavê por outro material, mas o problema esbarra no fato de que o calçadão é tombado e qualquer mudança é proibida. A promotora diz que investiga para ver se a calçada pode ser trocada, e que buscará o bem-estar dos deficientes em primeiro lugar. "Não é possível ficar do jeito que está. O local é inseguro para essas pessoas. Além disso, nós precisamos assegurar a acessibilidade, que permite o exercício dos direitos fundamentais."

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Preconceito é a primeira barreira

O caso do auxiliar de informática Cristian Oleguini, 22 anos, mostra como a lei pode mudar tudo, anos depois. Foi na faculdade, onde cursa Análise e Desenvolvimento de Sistemas, que ele soube de uma vaga na empresa de petroquímica Exxon Mobil – e que tinha direito de concorrer a ela como cotista. Ao chegar na empresa, descobriu que antes precisaria participar de uma capacitação oferecida pela companhia em parceria com a Uni­­versidade Livre Para a Eficiência Humana (Unilehu), que atua na qualificação de pessoas com deficiência. Com dez certificados na mão e um emprego que lhe dá autonomia, foi incentivado a entrar para a universidade e hoje é exemplo para os quatro irmãos que ainda não estão no ensino superior.

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Na faculdade e empregado, Cristian Oleguini acha que esforço leva à superação
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