São Paulo Os R$ 17 milhões solicitados ao governo federal há 15 dias pela diretoria da Fundação Zerbini, órgão que apóia financeiramente o Instituto do Coração (Incor), devem ser liberados nos próximos dias. Nesta semana, a bancada de deputados paulistas deu o último aval à liberação da verba, que se refere a emendas parlamentares do Orçamento da União de 2006.
"A autorização foi necessária porque o dinheiro iria inicialmente também para outros centros de alta complexidade do estado e agora vai para o Incor, por causa da situação do hospital", explica o deputado Milton Monte (PL-SP), líder da bancada paulista na Câmara. O aval foi enviado para o Ministério da Saúde. O governo, no entanto, ainda não avaliou todos os itens da proposta.
Os 17 milhões devem ser usados ainda neste ano para custeio de atividades do instituto, como pagamento de salários. Pela primeira vez na história do Incor, o salário dos cerca de 3 mil funcionários foi atrasado em um dia no início do mês.
Campanha
O Conselho Diretor do Incor deverá começar até o início do próximo ano uma campanha para proteger a imagem do hospital. "Não podemos ferir a reputação do hospital por nada. Somos um centro de excelência e continuaremos sendo", afirma David Uip, diretor-executivo do Incor.
Uma agência de publicidade, cujo nome não foi divulgado, fará o trabalho gratuitamente. Uma das idéias é lembrar à população que o hospital atende com a mesma competência pacientes de classes sociais diferentes. "Temos também a meta de acabar com qualquer boato interno em relação à qualidade de atendimento", diz Uip. Para isso, a diretoria convocou uma reunião para a próxima semana com representantes de entidades médicas. Entre elas, Conselho Regional de Medicina, Associação Paulista de Medicina e Associação Médica Brasileira.