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Somente no prontuário de 15 pacientes, dos 99 que morreram este ano no Hospital Universitário (HU) de Londrina, havia a indicação para internamento em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Esta é a conclusão dos primeiros levantamentos da auditoria que a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) está fazendo no HU, desde o último dia 24. A investigação foi determinada depois que o Hospital editou um documento indicando que 25 pessoas haviam morrido à espera de uma UTI, este ano.

As primeiras conclusões foram repassadas ontem pelo diretor de sistemas da Secretaria Estadual de Saúde, Gilberto Martin, 19 dias após o início da auditoria. A secretaria ainda aguarda a relação de outros documentos do HU, mas já estaria identificando divergências nos números da instituição. Martin explicou que, quando os auditores visitaram o hospital, solicitaram a relação de todos os óbitos ocorridos. Foi nesta lista que eles verificaram que, das 99 mortes, apenas no prontuário de 15 pacientes havia indicação para UTI por parte dos médicos.

Mas o que chamou a atenção dos auditores é que, mesmo quando a indicação para a UTI foi feita, 10 pacientes não tiveram seus nomes passados à Central de Leitos, solicitando espaço na UTI. A central é o órgão que verifica onde há vagas de terapia intensiva disponíveis pelo SUS e autoriza a ocupação.

Para concluir um parecer sobre as mortes no HU, a Sesa aguarda ainda uma relação do hospital. Trata-se da lista referente aos 327 pacientes que necessitaram de um leito de UTI, mas que não teriam conseguido a vaga – sendo que 25 deles teriam morrido nessa espera. Os números vieram à tona em um ofício assinado pela chefe médica da Divisão de UTI Adulto, Lucienne Tibery Queiroz Cardoso, e destinado ao diretor clínico do HU, Sinésio Moreira Junior, no dia 10 de junho.

Os dados referentes aos 327 pacientes foram solicitados primeiramente de forma verbal pelos auditores à direção do HU. Conforme informa a Secretaria Estadual de Saúde, a direção do hospital só passaria as informações após receber uma solicitação oficial por escrito.

A assessoria de imprensa do Hospital Universitário de Londrina informou que só recebeu este ofício na última sexta-feira e que a instituição irá providenciar a documentação o mais rápido possível. A direção do hospital, no entanto, não comenta a informação de que a indicação de UTI não estava em todos os prontuários dos pacientes que morreram.

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