Médicos refugiados não são o perfil mais comum entre os que buscam o Revalida. Vice-coordenador do curso de Medicina da UFPR, Edison Tizzot afirma que a maior parte dos inscritos no exame são brasileiros. E o número de participantes tem crescido a cada ano. No início do Revalida, em 2011, cerca de 500 médicos formados no exterior tentaram passar na prova, ante cerca de 2,5 mil na última edição, em 2014. Neste último processo, somente com o “carimbo” da UFPR foram revalidados os diplomas de 50 médicos. “Os brasileiros são maioria entre os inscritos. São pessoas que se formam na Bolívia, no Paraguai.”

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Mas o índice de aprovação no Revalida é de cerca de 10%, número que, segundo Tizzot, tem ligação com a qualidade dos cursos ofertados no exterior. “Muitos brasileiros são iludidos por cursos mais baratos na Bolívia, por exemplo, mas são faculdades fracas. Os próprios bolivianos não estudam nestas faculdades”, afirma.

Questionado sobre a periodicidade do Revalida, hoje aplicado só uma vez ao ano, Tizzot antecipa que existe a intenção de se fazer duas provas por ano, mas que há limitações. “É um exame que envolve custo e logística. A prova prática, por exemplo, movimenta muita gente. Chega a parar um hospital.”

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A reportagem tentou entrevistar representantes do Inep, responsável pelo Revalida, mas não houve retorno até o fechamento da edição.

Outros diplomas

Segundo a assessoria de imprensa da UFPR, a instituição criou, no fim do ano passado, um programa para facilitar a revalidação de diplomas de migrantes refugiados ou que tenham visto humanitário. O programa, contudo, exclui o diploma de médico, devido à adesão da UFPR ao Revalida.