Assim como os estudantes estão acostumados a serem avaliados – seja por meio das provas na escola, do Enem ou de vestibulares – as faculdades e universidades, bem como seus respectivos cursos de graduação, também passam por testes e ganham notas. É a forma de o Ministério da Educação tentar manter a qualidade do ensino superior.
O Conceito Preliminar de Curso (CPC) é um indicador oficial e acessível que pode ser um bom aliado na hora de escolher a faculdade. Analisando fatores como qualificação de professores, infraestrutura disponível para os alunos e recursos didático-pedagógicos empregados em aula, essa nota é dada a graduações de todo o país e varia de 1 a 5.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia do MEC responsável por indicadores como esse, entende que um dos focos da avaliação é orientar o estudante na busca de instituições de excelência. Essa nota, porém, pode reservar armadilhas. Isso porque leva em conta também o desempenho de estudantes no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), prova que é alvo frequente de boicotes e críticas por influenciar pouco a vida acadêmica dos alunos .
“O aluno não disputa nada no Enade. Um indicador que leva essa prova em consideração logo tem uma debilidade, porque depende da boa vontade do estudante. Se ele pode rodar, tirar zero, e nada muda, a avaliação não pode ser boa”, diz Carlos Birnfeld, professor da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande (Furg).
A nota de um curso pode ser uma referência para os indecisos, mas deve ser analisada com ressalvas. É preciso levar em conta fatores como o desempenho dos estudantes no Enade e o Indicador de Diferença de Desempenho (IDD), outra forma de avaliação das graduações.
“O IDD inclui o perfil socioeconômico do estudante e sua nota no Enem na avaliação. Quando somados à nota do Enade, fica possível avaliar o quanto o curso realmente agregou à formação do estudante” explica o pró-reitor de graduação da Universidade Cruzeiro do Sul, de São Paulo, Luiz Henrique Amaral.
Assim, enquanto o Enade foca no desempenho do aluno, a nota do curso mede também quanto a graduação contribuiu para ampliar os conhecimentos do estudante. A avaliação, porém, é comparativa. A nota depende tanto da situação dos demais cursos quanto do próprio desempenho da graduação.
Relativo
O Inep admite que esse é um conceito relativo e que a metodologia usada não permite que o país tenha 100% de cursos excelentes por ser comparativa. Segundo a assessoria do órgão, “sempre teremos cursos com conceitos 1, 2, 3, 4 e 5”. Visitar a faculdade, conversar com professores e veteranos é tão importante quanto saber a nota do curso.