Assim como os estudantes estão acostumados a serem avaliados – seja por meio das provas na escola, do Enem ou de vestibulares – as faculdades e universidades, bem como seus respectivos cursos de graduação, também passam por testes e ganham notas. É a forma de o Ministério da Educação tentar manter a qualidade do ensino superior.
Medicina
Entre os 154 cursos de Medicina avaliados pelo MEC na última versão do CPC, 27 obtiveram nota considerada “insuficiente”. Nenhum curso de Medicina do estado obteve a nota 5, máxima. As universidades estaduais de Londrina (UEL), Maringá (UEM) e do Oeste do Paraná (Unioeste), além da Universidade Positivo (UP) alcançaram a nota 4. Já os cursos da PUCPR, da UFPR e da Faculdade Assis Gurgacz (FAG) obtiveram conceito 3.
O Conceito Preliminar de Curso (CPC) é um indicador oficial e acessível que pode ser um bom aliado na hora de escolher a faculdade. Analisando fatores como qualificação de professores, infraestrutura disponível para os alunos e recursos didático-pedagógicos empregados em aula, essa nota é dada a graduações de todo o país e varia de 1 a 5.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia do MEC responsável por indicadores como esse, entende que um dos focos da avaliação é orientar o estudante na busca de instituições de excelência. Essa nota, porém, pode reservar armadilhas. Isso porque leva em conta também o desempenho de estudantes no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), prova que é alvo frequente de boicotes e críticas por influenciar pouco a vida acadêmica dos alunos .
“O aluno não disputa nada no Enade. Um indicador que leva essa prova em consideração logo tem uma debilidade, porque depende da boa vontade do estudante. Se ele pode rodar, tirar zero, e nada muda, a avaliação não pode ser boa”, diz Carlos Birnfeld, professor da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande (Furg).
A nota de um curso pode ser uma referência para os indecisos, mas deve ser analisada com ressalvas. É preciso levar em conta fatores como o desempenho dos estudantes no Enade e o Indicador de Diferença de Desempenho (IDD), outra forma de avaliação das graduações.
“O IDD inclui o perfil socioeconômico do estudante e sua nota no Enem na avaliação. Quando somados à nota do Enade, fica possível avaliar o quanto o curso realmente agregou à formação do estudante” explica o pró-reitor de graduação da Universidade Cruzeiro do Sul, de São Paulo, Luiz Henrique Amaral.
Assim, enquanto o Enade foca no desempenho do aluno, a nota do curso mede também quanto a graduação contribuiu para ampliar os conhecimentos do estudante. A avaliação, porém, é comparativa. A nota depende tanto da situação dos demais cursos quanto do próprio desempenho da graduação.
Relativo
O Inep admite que esse é um conceito relativo e que a metodologia usada não permite que o país tenha 100% de cursos excelentes por ser comparativa. Segundo a assessoria do órgão, “sempre teremos cursos com conceitos 1, 2, 3, 4 e 5”. Visitar a faculdade, conversar com professores e veteranos é tão importante quanto saber a nota do curso.
Faculdades do Paraná estão dentro da média do resto do país
- Naiady Piva
No Paraná, 1.459 cursos foram avaliados no último ciclo, de 2011 a 2013. A maioria ficou na média, entre as notas 3 e 4 (581 e 438 cursos, respectivamente). Cinco atingiram a nota um. Outros 74 cursos ficaram com 2, nota considerada insatisfatória.
Entre estes cursos está o de Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR). À época, o professor Luiz Fernando Lopes (então coordenador da pós-graduação) apontou o boicote dos alunos ao Enade como causa da nota baixa.
A mesma justificativa foi utilizada pela pró-reitora Maria Amélia Sabbag Zainko, também da UFPR, quando os cursos de Jornalismo e Publicidade Propaganda tiveram o vestibular suspenso, após dois boicotes seguidos, em 2009 e 2012. A medida foi revertida após parecer de uma comissão do MEC.
Em Medicina, o curso da Faculdade Evangélica do Paraná (Fepar) foi o único do estado a receber nota insuficiente, segundo o conceito de 2013. Após a divulgação, no ano passado, a faculdade emitiu uma nota em que alegou que uma comissão do MEC visitou a instituição e delegou a nota quatro.
Agora, a Fepar aguarda parecer da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres) que, com base nas recomendações da comissão, dará um parecer final ao curso de Medicina.
Máxima
Outros 34 cursos tiveram nota máxima, cinco, durante o período. Sete deles são de turmas da Universidade Estadual do Centro Oeste (Unicentro), nos cursos de Enfermagem, Administração, Ciências Contábeis, Secretariado Executivo e Química.
A Universidade Federal Tecnológica do Paraná (UTFPR) teve seis notas máximas, com os cursos de Agronomia, Engenharia Civil, Tecnologia em Alimentos, Tecnologia em Fabricação Mecânica e Tecnologia em Processos Químicos. Em ambas as notas foram divididas em cursos de diversas unidades.
Entre as privadas, o destaque ficou com o Centro Universitário de Maringá (Unicesumar). Os cursos de Medicina Veterinária, Ciências Contábeis e Jornalismo da instituição tiveram nota 5, entre 2011 e 2013.
A margem de três anos é necessária para abrigar todas as áreas do conhecimento. Dos cursos avaliados, 327 não têm nota contabilizada na data-base do Inep.
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