Revoltados com as promessas não cumpridas pelo ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT), Luiz Antonio Pagot, demitido pela presidente Dilma Rousseff por suspeitas de irregularidades no órgão, índios caiapós decidiram radicalizar um protesto que começou na segunda-feira (12), com a apreensão de caminhões e máquinas que trabalham na pavimentação de vários trechos da BR-163 (Santarém-Cuiabá). Nesta sexta-feira (16), os índios atearam fogo em trechos da ponte localizada sobre o Rio Disparada, próximo da cidade de Novo Progresso, no oeste do estado.
Os índios afirmam que só deixarão a estrada quando autoridades federais forem à região para tratar das promessas feitas por Pagot. Antes de deixar o cargo, ele esteve com os índios e garantiu que, além de melhorias nos acessos às estradas que levam às aldeias Baú e Mekranotire, os caiapós receberiam benefícios na área de saúde. "Se o homem branco não tem memória e esquece facilmente as promessas que ouve das autoridades, os índios têm a memória muito boa para cobrar as coisas que são ditas e prometidas", disse o índio João Mekranotire.
A prefeita de Novo Progresso, Madalena Hoffmann, se reuniu com a diretoria-geral do DNIT em busca de uma solução para o problema.
Na segunda-feira, os caiapós enviaram uma carta à direção do DNIT, reivindicando construção da casa da saúde, da casa do artesanato e da casa cultural, além da compra de dois veículos. E avisaram: se nada for feito começarão a incendiar as máquinas.