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Indígenas estão há 25 dias diante da sede da Funai em Londrina | Roberto Custódio/Jornal de Londrina
Indígenas estão há 25 dias diante da sede da Funai em Londrina| Foto: Roberto Custódio/Jornal de Londrina

Polêmica

Os protestos realizados por indígenas vêm ocorrendo há quase um mês no Paraná:

28 de dezembro de 2009 – Decreto determina o fechamento de três escritórios da administração executiva da Funai no Paraná. O atendimento passaria a ser controlado por uma coordenação em Santa Catarina.

12 de janeiro de 2010 – Índios de várias etnias fazem pro­testos em Brasília e no Paraná. Em Curi­tiba, eles ocupam a sede da Fu­nai; no interior, bloqueiam estradas.

14 de janeiro – Em Mangueirinha, índios guaranis e xetás ameaçam queimar torres de energia elétrica para conseguir uma audiência, mas não cumprem a ameaça.

29 de janeiro – Em Londrina, cerca de 200 índios que ocupavam a sede da Funai na cidade incendeiam um carro oficial e voltam a falar em derrubar torres de energia.

5 de fevereiro – Na BR-369, em Jataizinho (Norte Pioneiro), índios invadem uma praça de pedágio da Econorte e liberam a passagem dos carros.

Londrina - Uma mulher de 34 anos continua internada em estado grave no Hospital Evangélico de Londrina, com traumatismo craniano depois que índios, que ocupam a sede da Fundação Nacional do Ín­dio (Fu­­nai) na cidade, teriam jo­­gado uma pedra no carro em que ela estava com o marido, na madru­gada de sábado. Segundo o hospital, Érica Pe­­drão Brito respira com a ajuda de aparelhos e, no fim de semana, passou por uma cirurgia para drenar um hematoma no cérebro.A família da vítima informou que Érica e o marido estavam voltando de um churrasco. Quando eles trafegavam próximo à sede da Funai, o carro, um Fusca, foi atacado pelos índios. Os dois não teriam visto as barreiras colocadas pelos indígenas e os índios começaram a arremessar pedras. Assustado, o marido de Érica acelerou o veículo para fugir, mas um bloco de concreto, semelhante a um pedaço de meio-fio, atingiu o capô do Fusca, quebrou o para-brisa e acertou a cabeça de Érica.

Já o índio Eloi Jaci, um dos ocupantes da sede da Funai, disse que os indígenas não estão usando pedras. "Pedimos para o carro reduzir a velocidade, mas ele passou por cima das barreiras e chegou a trafegar na direção dos índios", relatou. O indígena afirmou que o ataque ocorreu minutos depois que um índio foi baleado pelo ocupante de um carro que passou em alta velocidade.

O delegado-chefe da Polícia Civil, Sérgio Barroso, afirmou que determinou ao delegado de Homicídios, Paulo Henrique Costa, que instaure dois inquéritos: um investigará a denúncia dos índios sobre a tentativa de assassinato e o outro, a agressão contra Érica. "Já estamos solicitando imagens de câmeras de segurança da região", disse.

A invasão da Funai em Londrina é uma forma de os índios protestarem contra a reestruturação da Funai, assinada pelo presidente Lula no fim do ano passado (veja cronologia ao lado). Eloi Jaci afirmou, na manhã de ontem, que os 180 índios não deixarão o local até que ocorra uma definição para o impasse.

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