Londrina - Uma mulher de 34 anos continua internada em estado grave no Hospital Evangélico de Londrina, com traumatismo craniano depois que índios, que ocupam a sede da Fundação Nacional do Índio (Funai) na cidade, teriam jogado uma pedra no carro em que ela estava com o marido, na madrugada de sábado. Segundo o hospital, Érica Pedrão Brito respira com a ajuda de aparelhos e, no fim de semana, passou por uma cirurgia para drenar um hematoma no cérebro.A família da vítima informou que Érica e o marido estavam voltando de um churrasco. Quando eles trafegavam próximo à sede da Funai, o carro, um Fusca, foi atacado pelos índios. Os dois não teriam visto as barreiras colocadas pelos indígenas e os índios começaram a arremessar pedras. Assustado, o marido de Érica acelerou o veículo para fugir, mas um bloco de concreto, semelhante a um pedaço de meio-fio, atingiu o capô do Fusca, quebrou o para-brisa e acertou a cabeça de Érica.
Já o índio Eloi Jaci, um dos ocupantes da sede da Funai, disse que os indígenas não estão usando pedras. "Pedimos para o carro reduzir a velocidade, mas ele passou por cima das barreiras e chegou a trafegar na direção dos índios", relatou. O indígena afirmou que o ataque ocorreu minutos depois que um índio foi baleado pelo ocupante de um carro que passou em alta velocidade.
O delegado-chefe da Polícia Civil, Sérgio Barroso, afirmou que determinou ao delegado de Homicídios, Paulo Henrique Costa, que instaure dois inquéritos: um investigará a denúncia dos índios sobre a tentativa de assassinato e o outro, a agressão contra Érica. "Já estamos solicitando imagens de câmeras de segurança da região", disse.
A invasão da Funai em Londrina é uma forma de os índios protestarem contra a reestruturação da Funai, assinada pelo presidente Lula no fim do ano passado (veja cronologia ao lado). Eloi Jaci afirmou, na manhã de ontem, que os 180 índios não deixarão o local até que ocorra uma definição para o impasse.