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Os índios que ocuparam a sede da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Curitiba na terça-feira (12) continuam no local. A manifestação faz parte de um movimento nacional que pede a revogação do Decreto 7.056 assinado no dia 28 de dezembro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que prevê uma reestruturação da Funai. Nesta quarta-feira (13) está prevista uma nova paralisação na BR-373 e a ocupação da Usina Hidrelétrica de Mauá, em Telêmaco Borba.

De acordo com o coordenador da Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (Arpinsul), Rildo Mendes, cerca de 300 índios da região de Londrina devem ocupar a Usina de Mauá nesta quarta-feira à tarde. Segundo ele, a BR-373 entre Pato Branco e Candói deverá ser bloqueada novamente nesta quarta-feira e os protestos devem seguir na região até a próxima sexta-feira (15).

O coordenador de comunicação da Ong Aldeia Brasil, Oswaldo Eustáquio, informou que os índios exigem que o decreto assinado pelo presidente Lula seja revogado. Ele avalia que não há possibilidade de negociação. A reclamação dos povos indígenas do Paraná é que as três administrações regionais do Paraná, em Curitiba, Guarapuava e Londrina, além dos postos que existem nas aldeias, serão extintos assim que o decreto for sancionado pelo presidente no próximo dia 21.

Com o fechamento das administrações regionais do Paraná, as duas sub-sedes da Funai mais próximas ao estado serão as de Itanhaém, no Litoral de São Paulo, e de Florianópolis, em Santa Catarina. Segundo Eustáquio, Santa Catarina teria ainda uma sede em Chapecó para atender oito mil índios que vivem no estado. "O Paraná tem 20 mil índios e não pode ficar sem representantes da Funai", disse. Segundo ele, os postos da Funai, são importantes para a demarcação de terras indígenas e a prestação de serviços como o registro de nascimento dos índios.

A vice-presidente da Ong Aldeia Brasil, Sandra Terena, informou que não há uma previsão de quando os índios vão deixar a sede da Funai em Curitiba. A expectativa é que as lideranças que estão em Brasília só deixem a sede da Funai na capital federal quando conseguirem uma audiência com o presidente Lula. Eles alegam que o presidente é o único que possui autoridade para revogar o decreto.

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