Cerca de 300 índios de pelo menos seis etnias ocupam, desde a manhã deste domingo (25), o canteiro de obras da usina hidrelétrica de Dardanelos, em Aripuanã (MT). De acordo com Antônio Carlos Ferreira de Aquino, coordenador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Juína (MT), cerca de 100 funcionários da obra são mantidos reféns.
Segundo Aquino, a obra da hidrelétrica começou há cerca de três anos. "Houve alguma falha no processo de licenciamento e a usina foi construída sobre um cemitério indígena. Os índios vêm negociando um ressarcimento", diz o coordenador.
"Queremos a compensação, uma indenização pela construção da hidrelétrica. A obra fica a cerca de 30 km da nossa reserva e causou grande impacto social e cultural na comunidade, sem contar os prejuízos ambientais, porque os animais para caça se afastaram", diz ao G1 o líder indígena Aldeci Arara.
Os índios pedem, segundo Aquino, a presença de representantes do Ministério de Minas e Energia, da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, do Ministério Público, da Funai, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e das empresas responsáveis pela hidrelétrica para negociar a indenização.
Paulo Rogério Novaes, gerente de Meio Ambiente da Águas da Pedra, empresa responsável pelo empreendimento, afirmou ao G1 que a energética aguarda a aprovação de um programa de ações para a comunidade indígena. "A empresa jamais se negou a fazer algo pela comunidade, mas estamos aguardando um parecer da Funai, que está analisando estudos sobre o que é preciso fazer. O empreendimento, dentro da legislação ambiental, está procurando fazer tudo o que é solicitado", diz.
Segundo Novaes, a previsão é de que a hidrelétrica entre em operação em janeiro de 2011.
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