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Um avião Cessna, fretado pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa), está retido, juntamente com o piloto, há quatro dias, por índios ianomâmis na aldeia Watorik, em Roraima. Os índios protestam contra a nomeação de uma servidora do Ministério da Saúde para coordenação do Distrito Sanitário Yanomami e Ye’kuana.

Na semana passada, os ianomâmis retiveram por cerca de 30 horas um outro avião, da mesma empresa, Roraima Táxi Aéreo, na aldeia Hatiú, em Roraima. Os aviões são usados para levar medicamentos e auxílio sanitário até as aldeias.

Pintados para a guerra com carvão e urucum, os índios da aldeia Watorik (uma hora e meia de avião de Boa Vista) guardam a aeronave armados com flechas e bordunas (porrete de madeira). Eles dizem que só vão liberar o avião e o piloto, identificado como Tarso de Souza, após o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, receber uma comissão de índios em Brasília. Eles são contra a nomeação de Andréia Maia Oliveira, assessora da coordenação regional da Funasa.

"Pegamos essa aeronave para chamar atenção do homem branco e do mundo inteiro. Se a Polícia Federal for na aldeia para pegar o avião, vai ter conflito. Queremos resolver isso em paz", disse, por telefone, o líder ianomâmi Davi Kopenawa.

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