Índios da Região Sul do país fizeram uma série de protestos ontem para exigir maior atenção do governo federal à saúde indígena. Em Brasília, cerca de 80 integrantes das etnias kaingang, guarani e charrua do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná ocuparam parte do Ministério da Saúde. Eles passaram o dia no prédio e só deixaram o local após uma reunião com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Os índios também invadiram escritórios da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) em Curitiba, Guarapuava (Região Central do Paraná) e Porto Alegre (RS), e bloquearam rodovias próximas às reservas.
Segundo Pedro Kaingang, um dos representantes do movimento, faltam remédios nos postos de atendimento das aldeias do Sul do país, o número de profissionais de saúde é insuficiente e boa parte das comunidades sofre com a falta de meios quando precisa transportar seus doentes para a cidade.
Durante a audiência de quase duas horas, Padilha determinou a criação imediata de um grupo de trabalho e prometeu que, até amanhã, técnicos da Sesai vão analisar as 19 reivindicações dos indígenas para saber a viabilidade de atendê-las. Em nota, o ministério informou que entre as exigências, algumas já foram atendidas, como a da aquisição de passagens para pacientes que necessitam de atendimento médico em outras localidades.