Três funcionários e o presidente da Associação de Defesa do Meio Ambiente de Reimer permaneciam detidos, na noite de ontem, na sede da entidade, na Avenida República Argentina, em Curitiba. Na tarde de segunda-feira, cerca de 20 índios de várias reservas do interior do Paraná foram até a sede da Funasa em Curitiba, mas encontraram as portas fechadas. De lá, eles seguiram para a ONG, que foi ocupada. O grupo protesta contra atrasos no repasse de verbas destinadas à saúde indígena.
De acordo com o cacique Neoli Olíbio, da Aldeia Boa Vista, situada no município de Laranjeiras do Sul, mais indígenas estão se deslocando do interior do estado para reforçar a mobilização. Apesar de terem impedido que os funcionários voltem para a casa, os indígenas estão agindo de forma pacífica, segundo o presidente da ONG, Eduardo Zardo. A reportagem da Gazeta do Povo esteve no local e verificou que o clima é tranquilo e que não houve violência e depredação do prédio.
Precariedade
O cacique disse que as 46 aldeias existentes no Paraná estão sem atendimento médico, que é de responsabilidade da Reimer. Desde o começo do ano os índios estão sem receber medicamentos e a verba para a compra de alimentos destinados ao combate da desnutrição infantil nas aldeias. A verba normalmente é repassada pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa) para a ONG que faz o atendimento.
Segundo Zardo, a Funasa não tem repassado o dinheiro desde dezembro. O pagamento dos fornecedores está atrasado desde o começo do ano. Já os médicos, enfermeiros e agentes de saúde não recebem salário desde março. "Conseguimos remanejar a verba para pagar o pessoal, mas o dinheiro acabou", disse.
A falta de repasse teria sido provocada pelo atraso na análise da prestação de contas de 2008 da entidade. Zardo afirma que a Reimer encaminhou a documentação para a Funasa no mês de novembro. O contrato da Reimer com a Funasa vence na sexta-feira e, de acordo com Zardo, a entidade não deverá continuar o trabalho com a saúde indígena. "Há muita disputa política dentro da Funasa e isso acaba afetando nosso trabalho e a saúde indígena."
Para o cacique, a falta de entendimento entre as duas entidades estaria prejudicando os índios. "Cada um fica jogando a culpa para o outro. O que queremos é a solução do problema", afirmou. Os índios prometem ficar no prédio da entidade até que seja feita uma reunião com representantes da Funasa, da ONG e do Ministério Público. O encontro, segundo ele, está marcado para as 16 horas de hoje.
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