Segundo presidente da ONG, índios realizam o protesto de forma pacífica
- RPC TV
Os índios que mantêm três funcionários e o presidente da Associação de Defesa do Meio Ambiente de Reimer impedidos de deixar a sede da entidade, em Curitiba, desde as 18 horas de segunda-feira (20), pedem uma reunião com representantes da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), da ONG e do Ministério Público Federal (MPF) para deixar o local. O grupo de aproximadamente 25 indígenas que ocupa o escritório, localizado na Avenida República Argentina, protesta contra a falta de repasse de uma verba destinada a programas de saúde e combate à desnutrição.
Os índios tentam pressionar a Funasa a autorizar um repasse de R$ 1,6 milhão, total que desde janeiro deveria ter sido encaminhado às aldeias por meio da Reimer, para serviços de saúde. Como as comunidades não estão recebendo nada, há funcionários sem pagamento e faltam remédios, transporte para os doentes e comida para os programas de combate à desnutrição. "Há pessoas que tomam medicamentos controlados, que já não estão recebendo mais. Isso se torna um problema grave para nós nas aldeias. Nós queremos resolver esse problema", disse o cacique Neoli Olíbio, da aldeia Boa Vista, de Laranjeiras do Sul, ao telejornal Bom Dia Paraná.
Uma comissão de 10 lideranças indígenas partiu do escritório, na manhã desta quarta-feira, em direção à sede do MPF em Curitiba para solicitar uma audiência para as 16 horas. De acordo com Geraldo Bernardo, da aldeia Rio das Cobras, de Nova Laranjeiras, enquanto não houver garantias de que a verba atrasada será repassada para as aldeias, os índios permanecerão na sede da Reimer.
Até as 10 horas desta quarta-feira, o MP-PR e o MPF ainda não haviam confirmado a reunião com as lideranças indígenas.
Impasse
Segundo os índios, todas as 46 aldeias existentes no Paraná estão sem atendimento médico, que é de responsabilidade da Reimer. A verba normalmente é repassada pela Funasa para a ONG, que faz o atendimento.
De acordo com o presidente da ONG, Eduardo Zardo, o dinheiro não é repassada desde dezembro por causa de um atraso na análise da prestação de contas de 2008 da entidade. Ele afirma que a associação encaminhou a documentação para a Funasa no mês de novembro. "O que a Funasa nos passa é que esse relatório técnico ainda está em análise", diz. Procurada pela reportagem, a assessoria de comunicação da Funasa informou que nenhum membro da presidência do órgão se pronunciaria sobre o assunto durante a manhã.
Para o cacique Neoli Olíbio, a falta de entendimento entre as duas entidades estaria prejudicando os índios."Cada um fica jogando a culpa para o outro. O que queremos é a solução do problema", afirmou.
Os índios temem que o problema não seja resolvido até o dia 1º de maio, quando termina o contrato com a Reimer e uma nova entidade assume o atendimento de saúde nas aldeias.
Sem violência
Apesar de terem feito os funcionários reféns, os índios estão agindo de forma pacífica, segundo o presidente da Reimer. Zardo afirma que não houve violência ou depredação do prédio.
"Está tudo tranquilo. Estamos recebendo alimentação e dando um jeitinho para acomodar todos no chão e nos sofás", conta.
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