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Dois policiais do serviço reservado da Polícia Militar ficaram detidos, ontem, na Terra Indígena Apucaraninha, em Tamarana, na Região Norte, por mais de seis horas. Eles estavam perto da reserva para vistoriar a situação da fazenda Tamoio, vizinha à área indígena, que foi invadida na noite de quarta-feira por indígenas. Os índios reivindicam parte da propriedade, que tem 130 hectares de ex-tensão, como sendo da reserva indígena.

O sargento Clóvis Felício e o soldado Lúcio Carrilo chegaram às proximidades da reserva às 8h30 de ontem, quando foram abordados pelos índios. Segundo informações da polícia, ambos teriam se identificado como jornalistas para justificar a presença no local. "Chegamos na porteira da fazenda e eles (policiais) estavam tirando foto. Mas eles não têm crachá e nem o carro deles tem emblema da imprensa, então desconfiamos", disse o cacique Juscelino Virgílio.

O carro deles foi revistado pelos índios. O sargento e o soldado foram algemados e os pertences que estavam no veículo, como uma metralhadora, ficaram expostos em cima de carteiras da escola que fica na reserva.

Por volta das 14 horas, agentes da Polícia Federal chegaram à reserva liberar os PMs. "Qualquer questão indígena é com a Justiça Federal e com a Polícia Federal. Vamos liberar os policiais e entregá-los no quartel da PM", disse o delegado chefe da PF em Londrina, Élcio Felipe Fuscolim.

Londrina

Os índios avá-guarani, acampados há 21 dias no Parque Nacional do Iguaçu, na Região Oeste, negam-se a desocupar a reserva. O Ibama havia solicitado que os cerca de 55 indígenas saíssem do local até a última quinta-feira, mas o prazo não foi cumprido e ontem eles continuavam na área. Os guaranis alegam que a aldeia de 231 hectares onde vivem, situada em São Miguel do Iguaçu, às margens do Lago de Itaipu, é insuficiente para acomodar as 134 famílias. Os indígenas lutam para permanecer no parque.

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