A morte de uma índia em um acidente de trânsito em Aracruz, no norte do Espírito Santo, provocou a revolta de índios da região, que queimaram dois ônibus e fecharam a rodovia Primo Bitti (ES-456) na noite desta sexta-feira (7). Na manhã deste sábado (8), os manifestantes liberaram parte da pista, mas no início da tarde voltaram a fechar o local.
Moradora da aldeia de Irajá, Damiani dos Santos Souza, de 20 anos, passava pela rodovia de bicicleta na sexta-feira, por volta das 19h, quando foi atropelada por um ônibus da empresa Expresso Aracruz. Os veículos queimados são da mesma empresa. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Espírito Santo, o motorista do ônibus afirmou, em depoimento à polícia, que não viu Damiani na estrada. Após ser ouvido, ele foi liberado. Procurados por telefone, nenhum representante da Expresso Aracruz foi encontrado.
A manifestação ocorre no quilômetro 16, na aldeia de Caieiras Velha, de acordo com informações da secretaria, devido à revolta do grupo que tinha entre 50 a cem índios. Os manifestantes reclamam que o local não tem ciclovia, apesar de reivindicarem a área desde a pavimentação da rodovia há cinco anos.
Segundo o 5º Batalhão da Polícia Militar de Aracruz, um representante da Funai negocia a liberação do tráfego na estrada com os manifestantes. Ninguém foi encontrado na Funai, em Brasília, para fornecer informações sobre o caso.
Em nota, o Departamento de Estradas e Rodagem (DER) respondeu que pavimentou a estrada a pedido do município de Aracruz, mas o projeto não contemplava a construção de faixas de múltiplo uso nas laterais da via.
O texto diz ainda que o departamento construiu uma faixa lateral com quatro metros de largura e, nos últimos meses, instalou cinco que-molas no trecho. O DER diz que não recebeu nenhum pedido de instalação de ciclovia no local.
Procurada por telefone, a assessoria de imprensa da Prefeitura de Aracruz não foi encontrada.
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